segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI



"A TI, ó Deus, glorificamos, a ti damos louvor, pois o teu nome está perto, as tuas maravilhas o declaram." (Início do Salmo 75).

 

As atitudes humanas podem, muitas vezes, nos surpreender, simples humanos mortais, mas a surpresa torna-se límpida e incontestável se aceitarmos que muitas atitudes tomadas nada mais são do que Desígnios do Senhor. 
A coragem do homem, que o Espírito Santo elevou à cátedra de Pedro e que, a partir daí, passou a ser o líder espiritual de bilhões de pessoas sob o nome de Benedictus XVI, demonstra que a Vontade do Senhor nos traz a força, a coragem de quebrar tradições, o destemor de enfrentar a incompreensão.  
Foram quase oito anos de liderança, de demonstração de Fé e de salvaguarda dos valores cristãos por parte do Santo Padre Bento XVI, mas a sabedoria do Altíssimo determinou que, ainda em vida, ele cedesse a cátedra. A nós, católicos apostólicos romanos, não há que tentar entender razões, nem justificar atitudes, pois elas, repito, nada mais são do que atos de obediência aos Mandos de Deus. 
Ao pastor cumpre obedecer e ao rebanho seguir o rumo do novo pastor. Obrigado, Santo Padre, por nos ter demonstrado que  ninguém é dono de sua vontade, pois somos, apenas, instrumento dos Desejos do Senhor.  






 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ADEUS OSCAR NIEMEYER





Os gênios não morrem, pois a vida continua no seu legado. 


Partiu o homem, ficou a obra. A cadeira está vazia.



OSCAR NIEMEYER 15.12.1907 - 5.12.2012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O ABANDONO DAS PRAÇAS DO RECIFE: PRAÇA MACIEL PINHEIRO

Começo esta crônica com uma pergunta que não quer calar: "Quem não gosta de nossas praças, o cidadão recifense ou a sua edilidade?"
Moscoso, Largo do Aterro ou da Matriz, da Boa Vista, Conde D'Eu, foram nomes dados à outrora tão bonita e estimada Praça Maciel Pinheiro. Qual o natural do Recife que não a conhece?

O nome atual da praça é uma homenagem ao jornalista, bacharel em direito e abolicionista Maciel Pinheiro, que morreu em 1889, com apenas 39 anos, em consequência de malária contraída durante a guerra do Paraguai. 

Na ocasião de sua inauguração, a Praça apresentava um grande chafariz, bonitos lampiões que iluminavam todo o ambiente,  bancos de madeira, tendo o jardim todo cercado por grades de ferro. A escritora Clarice Lispector viveu, durante algum tempo, em um sobrado que fica na esquina da Praça com a Travessa do Veras.

Da comparação de alguns cartões postais que retratam o  que foi a Praça Maciel Pinheiro, em diferentes épocas, com fotos  retiradas da Internet mostrando o estado atual dessa praça, podemos concluir que os nossos edis, aqueles que mandam nos destinos da cidade do Recife, não devem gostar nada de praças e/ou jardins, porque se não fosse assim, sem dúvida que já a teriam restaurado. 


Vamos viver com a esperança de que a nova administração, que toma posse em janeiro de 2013, tenha sensibilidade e amor pela cidade e comece a pensar no problema social, que tem como consequência o deplorável estado em que se encontram muitos pontos emblemáticos do Recife e procurem resolver, primeiramente a questão humana para, em seguida, restituir a beleza de nossas praças.




Senhor prefeito eleito Geraldo Júlio de Mello Filho restitua a cidadania à praça Maciel pinheiro!



domingo, 16 de setembro de 2012

5º ANIVERSÁRIO


O Lugar do Souto, ainda que um pouco indolente, diria mesmo, adormecido, mantém-se vivo e neste dia 16 de setembro completou 5 anos de existência e de lugar de encontro entre quem escreve as crônicas e quem as lê. 
Parabéns "Lugar do Souto".

quarta-feira, 4 de julho de 2012

BÓSON DE HIGGS - POR QUE NÃO CHAMAR DE O INSTANTE DO "FIAT LUX"?


Hoje, a humanidade está vivendo um daqueles dias que ficarão na história. O Bóson (ou Bosão) de Higgs foi cientificamente comprovado. O momento criador começa a ser entendido pelas mentes humanas.


O Bóson de Higgs é uma partícula elementar prevista pelo Modelo Padrão de partículas, teoricamente surgida logo após ao Big Bang de escala maciça hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partícula - Não precisa entender, basta acreditar e maravilhar-se com a descoberta do que pode ser comparado àquele instante que a Bíblia, em latim, chamou de o momento do FIAT LUX.

Na realidade, o que interessa é estar consciente de que estamos dando mais um grande passo na formação do mente humana, na compreensão de onde viemos, do porque somos, do porque estamos e para onde ainda podemos ir. Somos parte de um TODO incomensurável e, enquanto formos matéria pensante, temos de procurar manter a harmonia do conjunto. 


A LUZ fez-se mais um pouco no dia de hoje.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

NO RECIFE, A RUA FORMOSA E O CAMINHO NOVO DERAM LUGAR À AVENIDA CONDE DA BOA VISTA, QUE DE FORMOSA E NOVA NÃO TEM MAIS NADA




Quem é natural do Recife, aqui mora ou vem muito à cidade, conhece bem a Avenida Conde da Boa Vista, que não é mais a antiga Rua Formosa, adornada por casarões com grandes jardins, nem mesmo a promissora avenida do início da segunda metade do século XX, com prédios em formatos considerados exóticos. Hoje, ela um corredor de ônibus, sem qualquer atrativo e cheia de perigos para os que gostam, como eu, de fazer longos percursos a pé.
No início da segunda metade do século XVIII, uma boa parte do atual bairro da Boa Vista era área de mangue, um grande alagado enlameado, que já estava, em parte, sendo aterrado, mas, ainda, praticamente intransitável. No ano de 1840, o conde da Boa Vista, então presidente da província de Pernambuco, iniciou o aterro do bairro, construindo a primeira parte de uma grande via de acesso entre o centro da cidade e a zona oeste, desde a Rua da Aurora até a Rua Visconde de Camaragibe, mais tarde, Rua do Hospício. 

A população, encantada com a beleza da nova rua, logo a batizou de Rua Formosa, posteriormente, foram concretizadas as segunda e terceira partes, indo, o Caminho Novo, até o bairro do Derby. Só depois da morte do Conde da Boa Vista a nova via recebeu o nome do seu mentor.  Portanto, Rua Formosa + Caminho Novo = Avenida Conde da Boa Vista. A Avenida Conde da Boa Vista teve um primeiro trecho alargado em 1946, já o alargamento do trecho seguinte, até a Rua Dom Bosco, só foi concluído entre os anos de 1955/1959. As duas obras foram feitas nas gestões do prefeito Pelópidas Silveira. Lembro perfeitamente do segundo alargamento, ocorrido a partir do local onde comecei o "passeio" que passarei a descrever. 

No início desta semana, aproveitando um agradável entardecer, resolvi passear pela Avenida Conde da Boa Vista, desde a esquina do Colégio de São José, até o edifício Duarte Coelho, às margens do Rio Capibaribe, locais esses mostrados nas duas imagens abaixo, que, como todas as outras, estão disponíveis na Internet. O motivo de tão esdrúxulo passeio foi, pura e simplesmente, saudosismo de alguém que passou parte de sua juventude andando por aquela avenida, um dos principais corredores centro-subúrbio desta minha tão querida cidade do Recife.


A primeira tristeza foi no momento em que não encontrei o Colégio Padre Félix na esquina do lado oposto ao Colégio de São José, que, pelo menos, ainda continua no mesmo lugar. A nostalgia inicial transformou-se em revolta ao chegar à Ponte Duarte Coelho, depois de percorrer os poucos quilômetros da triste caminhada.

Para melhor explicar a razão de tão fortes sentimentos de tristeza e revolta é preciso que se volte ao início do "passeio" por uma avenida que poderia ter sido a "Gran Via" recifense. Comecei às 16:50h da última terça-feira e terminei já a noite havia caído.

A cada quarteirão que eu avançava mais difícil se tornava caminhar, com as calçadas cheias de buracos, ou de vendedores ambulantes mal organizados, ou, ainda, de muito lixo abandonado, obrigando-me a descer para a pista de veículos a fim de poder continuar o percurso.
 
Para piorar a situação, há alguns anos, resolveram transformar a avenida num corredor exclusivo para ônibus, com armações de péssimo  gosto e, o que é pior, sem nada melhorar a vida  dos usuários.


Na realidade, as dificuldades só aumentaram, quer para atravessar a avenida, quer mesmo para descer ou subir dos coletivos, pois os passageiros, quase sempre,  são obrigados a cruzar uma das vias locais, com risco de atropelamento.

Mesmo assim, insisti na caminhada, fazendo mil e uma peripécias para saltar sobre  o lixo acumulado e os buracos enlameados. Lembrei, então, do grande lamaçal que deveria ser aquela área antes dos aterros dos séculos XVIII e XIX e me perguntei "Será que alguma coisa mudou?"

Após tentar matar a saudade de um passado não muito remoto, o que consegui foi ficar com mais saudade ainda, já que nada que me fizesse lembrar da Avenida Conde da Boa Vista da minha juventude existe ou está,  ao menos, parecido com o que era àquela altura. Formosa, então, é que ela não é mais. 

O que poderia (ou poderá) ser feito para tentar acabar com a poluição visual, com o caos urbano, com o perigo encontrado a cada trecho, que destroem a formosura da Avenida Conde da Boa Vista? A resposta cabe aos candidatos à próxima eleição.

sábado, 28 de janeiro de 2012

A AUSÊNCIA DA IGREJA DOS MARTÍRIOS VERSUS A PRESENÇA DA AVENIDA DANTAS BARRETO

Longe de mim ser crítico de política ou dos políticos, pricipalmente aqui no Lugar do Souto, pois esta não é a sua função.

Às vezes, porém, a saudade bate à porta de um lóbulo qualquer de meu cérebro e traz à memória  pessoas, lugares, monumentos ou simples construções que exisitiram e que deixaram de existir, no curto período de uma vida humana, graças, apenas, à ação direta de alguns políticos.
No dia 23 passado, dando uma volta nostálgica pelo centro do Recife, mais precisamente pelas ruas do velho e abandonado bairro de São José, lembrei de que, há exatos 39 anos, a única igreja no Brasil inteiramente construída por escravos havia sido demolida. Refiro-me, é claro, à Igreja do Bom Jesus dos Martírios, reproduzida, no início e no fim da postagem, em pintura de Eliezer Xavier. A sua demolição deu lugar ao novo traçado da Avenida Dantas Barreto, onde eu estava naquele exato momento.

Para quem não conhece a história desse templo católico, a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírio foi instituída no ano de 1773, na Matriz de Nossa Senhora do Rosário da Vila do Recife, sendo constituída por "homens pretos e crioulos (ou pardos)". Em 1775, transferiu-se para a Igreja de Nossa Senhora do Paraíso, onde foi colocada a imagem do Senhor dos Martírios.


Tendo sido concedido o privilégio de uma procissão anual, surgiu a necessidade de a Irmandade ter uma capela própria para o culto do padroeiro. O templo foi, então, construído num terreno doado, em 1782, pelo sargento-mor José Marques do Vale e sua esposa Senhora Ana Ferreira, situado no extremo da Vila de Santo Antônio. Concluída a obra, a irmandade e a imagem do divino padroeiro foram para lá transladados. Desde o século XVIII, a procissão do Senhor Bom Jesus dos Martírios percorria as ruas do bairro de São José e algumas do bairro de Santo Antônio, na cidade do Recife.

Mesmo deixando de lado a conotação meramente religiosa daquela, ou de qualquer outra  procissão - ainda que elas façam parte da tradição cultural de qualquer cidade cristã -, o que dizer do desaparecimento do pequeno templo do bairro de São José, em estilo rococó, construído por escravos angolanos, e que poderia ainda hoje ser um local vivo da história recifense, pernambucana e, por que não, brasileira? Tudo acabou no dia 23 de janeiro de 1973, porque assim o quiseram os homens que detinham o poder àquela época.

As cidades crescem e aos administradores públicos incumbe adaptá-las à evolução dos tempos, disto não restam dúvidas, mas modernizar não precisa ser sinônimo de destruir, posto que sempre existe a possibilidade de se aliar o progresso à história, à tradição, à preservação da memória urbana, à cultura de um povo. 


Muito já se escreveu e muito mais já se falou sobre a absurda destruição, e não pretendo escrever mais sobre fato tão distante e irreversível. Pretendo, apenas, lamentar, como eu lamentei no dia 23 de janeiro de 2012, a ausência da Igreja do Bom Jesus dos Martírios e a presença, em seu lugar, da Avenida Dantas Barreto, pois o que a paisagem daquela tarde me mostrava em nada dignificava a história do meu Recife.

 A Igreja poderia ainda estar lá, servindo de templo religioso e de monumento cultural, ensinando às novas gerações como se vivia e orava em tempos idos e a avenida poderia, também, ter tido um novo traçado, pois a primeira hipótese não inviabilizaria a segunda.
A foto ao lado, de autoria de Alcir Lacerda, mostra o início da destruição, com a igreja já sem a torre do sino. As outras imagens são, apenas, para tentar descobrir qual o resultado útil para a nossa comunidade que fez com que a edilidade de então concretizasse tão feroz destruição. O que melhorou no Recife com a ampliação, há quatro décadas, da Avenida Dantas Barreto e o que perdeu o Recife com a ausência da Igreja do Bom Jesus dos Martírios? A resposta que a dê cada um...


Era linda, não era? Senti pena, naquela tarde chuvosa de 23 de janeiro de 2012, das inúmeras pessoas que por ali circulavam e que nunca viram a Igreja do Bom Jesus dos Martírios. Eu vi.