quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

BRUXELAS NESTE FIM DE JANEIRO

Quando saí de Bruxelas, no dia 1º de dezembro passado, a perspectiva era de só estar de volta em março deste ano. Hoje, 30 de janeiro, menos de dois meses depois, da última visita, estou de novo no meu habitual flat do Quartier Louise. Ótimo!
Vir a Bruxelas é sempre "ótimo", ao menos para mim. A já familiar atmosfera das ruas, praças, parques e avenidas agrada-me e me deixa feliz, por recordar o tempo em que aqui morei. Apesar disso, concordo com os críticos que dizem que a cidade está bastante deteriorada nos últimos anos dos vinte e um em que tenho vindo à capital belga (as visitas profissionais começaram em novembro de 1986). Problemas sociais antes inimagináveis, como, por exemplo, a sujeira das ruas centrais e uma relativa sensação de insegurança para quem caminha em alguns locais e em horas avançadas da noite. Essa realidade, resultante do aumento populacional, do distanciamento cada vez maior entre ricos e pobres, da descolonização em África e da queda do comunismo na Europa de Leste, ocorre em quase todas as cidades que conheço, exceto em algumas poucas na Suíça. Preço muito alto que as gerações do final do século XX e do começo do século XXI têm de pagar pela políticas praticadas nos últimos duzentos anos. Desgraças sociais e mazelas à parte, a qualidade de vida em Bruxelas ainda é das melhores no mundo e o stress passa ao lado de quem souber relaxar.

Para não deixar passar em branco os seis dias em que estou aqui, fui a duas exposições que a seguir descrevo:



AO REDOR DO GLOBO: PORTUGAL NO MUNDO NOS SÉCULOS XVI E XVII.




Esta exposição foi organizada no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia – junho a dezembro de 2007 – para mostrar aos belgas o império lusitano e a abertura a um mundo novo, como consequência dos descobrimentos portugueses. As 180 peças expostas referem-se a vários aspectos do próprio Portugal, da África Ocidental e Central, do Brasil, do Oceano Índico, da China e do Japão. Excelente mostra, principalmente para quem for de cultura lusófona, que nos permite observar o mundo como ele era há mais de quinhentos anos, época de mudanças e do início da miscigenação cultural. A exposição “Ao redor do Globo” está em cartaz no Bozar de Bruxelas, até o dia 3 de fevereiro próximo.



SARA E SEUS IRMÃOS.

Exposição a não perder, que tem por tema o judaísmo e versa sobre os Kaliski, uma família de artistas que foi testemunha da história judaica no século XX. A loucura dos homens, a paixão dos artistas que afrontam a violência e a transformam em palavras e em imagens, de uma beleza cruel e doce, adjetivos que são símbolos da própria dicotomia da vida. Em cartaz até 24 de fevereiro.


Gostaria de ter visto mais coisas e de ter visitado o Museu de Belas Artes - de que tanto gosto - mas o excesso de trabalho, além de alguns jantares (excelentes como sempre) com antigos amigos, não me permitiram grandes escapadelas.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

SUZANNE PLESHETTE - - 31 JANEIRO 1937 - - + 19 JANEIRO 2008



Quem lembra da atriz Suzanne Pleshette?

No Recife, de onde escrevo este texto, talvez poucas pessoas - diria mesmo, muito poucas - devem saber quem foi essa atriz, falecida no último fim de semana, em Los Angeles. Provavelmente, só os cinéfilos de carteirinha - ou quem foi jovem nos anos sessenta - recordem a biografia ou a curta filmografia de Suzanne Pleshette, que, ao contrário era bastante conhecida nos Estados-Unidos, principalmente pelo trabalho realizado, na década de 1970, em seriados da televisão. A participação da atriz no cinema foi rápida e inexpressiva.

Inexpressiva, eu disse? Estou sendo ingrato demais com a memória de uma atriz que, passados 44 anos, eu ainda lembro da atuação em um dos filmes ícones de minha juventude: “O Candelabro Italiano”*. Pelo menos para mim, o seu tipo de mocinha inocente permaneceu bem vivo na memória - nunca esqueci de O Candelabro Italiano. Imaginem vocês que, durante as inúmeras semanas que esteve em cartaz no Cinema São Luiz, na cidade do Recife, eu assisti ao filme umas cinco ou seis vezes.

Suzanne Pleshette, à época, era casada com o americaníssimo Troy Donahue, o mocinho louro do filme. O amor de ambos em O Candelabro Italiano, aliado à música e ao maravilhoso cenário da Itália foram responsáveis por litros de lágrimas vertidas pela juventude romântica daquele tempo. Depois que o filme saiu de cartaz, nada mais up to date do que pedir um Strega ao lado da pessoa de quem se estava enamorado (lembram dessa cena do filme?).

Suzanne Pleshette, mais tarde, participou de “Os Pássaros” (“The Birds”), de Alfred Hitchcock e não há mais nada de destaque na sua filmografia. O Candelabro Italiano bastou para que ela entrasse na história.

Morreu a atriz, morreu o romantismo de uma época, morreu uma maneira de ser, nasceu outra ... e assim caminha a humanidade... (terrível essa frase, não?).

Que saudade de tomar o amarelo "Liquore Strega", de ouvir "Al Di Lá"
e, principalmente, que saudade de estar enamorado! Sem dúvida de que eu e todos os de minha geração precisamos de, ao menos uma, ou algumas vezes, ainda, voltar a beber Strega e a estar enamorado. Faz bem às coronárias.

Vamos deixar o lado simplório de nossa alma (se é que ser romântico é ser “simplório”) alçar voo e escutemos a música no link a seguir :


http://www.youtube.com/watch?v=Wx2XTeO9r8w

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* Não lembro, nem encontrei na Internet, o título do filme em inglês. Seria "A Roman Adventure"?

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

BRASIL - CURTAS DE ECONOMIA E DE SAÚDE PÚBLICA

Destaques em dois importantes jornais europeus:

“El País”, de Madrid - La fiebre amarilla se cierne sobre el turismo en Brasil. Argentina Uruguay y Paraguay aconsejan la vacunación tras la muerte de un español en Goiás.

“Le Monde”, de Paris: Brésil, Fièvre jaune, 5 morts.

Yahoo news: O número de casos de febre amarela registrados este ano no Brasil já é o maior desde 2003. Hoje foram confirmadas mais quatro infecções, duas delas fatais, o que totaliza 10 casos comprovados e sete mortes. Há ainda 12 casos suspeitos em investigação - um deles registrado hoje - e sete infecções descartadas.
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Enquanto isso, na área da Economia, as notícias são menos assustadoras:

Crescimento da economia brasileira

Impulsionada pelo consumo interno, por um cenário favorável aos investimentos e com demanda externa aquecida, a economia brasileira crescerá 5% neste ano de 2008. A liderança na expansão será da indústria, com crescimento de 5%, seguida de perto pela a agropecuária, 4,8% . O setor de serviços terá um crescimento de 4,5%. Que faz essas previsões é o documento “Economia Brasileira Desempenho e Perspectivas”, divulgado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

As previsões da CNI estão acima das divulgadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) que calculam um crescimento da nossa economia de 4,8% no ano em curso. Já analistas ouvidos pelo Banco Central projetam uma elevação de 4,7% no PIB (Produto Interno Bruto).

Brasil vence disputa de cortes de carne de frango salgado.

O Governo e a Indústria do Brasil conseguiram, em outubro de 2007, uma vitória importante na Organização Mundial de Aduanas (OMA) que praticamente afasta o risco de a tarifa européia sobre suas exportações de cortes de carne de frango salgado sofrerem alta, uma vez mais, de 15,4% para 70%. A OMA - que, entre outras funções aduaneiras -, classifica os produtos para a imposição de tarifas, foi palco de uma verdadeira batalha técnica sobre adição de sal no frango. Nesse confronto envolvendo milhões de dólares, o Brasil primeiro enfrentou a União Europeia, em seguida, os Estados Unidos e o Japão (ao mesmo tempo).

O Brasil detém 64,5% da cota total de 264.245 toneladas de frango salgado na União Europeia, com tarifa de 15,4%. Para vendas fora da cota, a alíquota será de 1.300 euros por tonelada. O Brasil ficou com 160.807 toneladas e a Tailândia, com 92.610.

Após mais de dois anos de discussões na Organização Mundial do Comércio (OMC) e na Organização Mundial de Aduanas (OMA) e duas votações nesta última (ambas com vitórias do pleito brasileiro), o caso está encerrado desde de 1º de janeiro deste ano, por decurso do prazo para interposição de reservas, sem que as partes em lide com o Governo do Brasil tivessem contestado a última decisão dos Membros da OMA.

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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

CUBA HOY

Nesta postagem, optei por ilustrar a visita do Presidente do Brasil à República de Cuba com textos e fotos coletados na imprensa oficial daquele país irmão caribenho.

O periódico cubano
informa em sua edição de hoje:

"Presidente de Brasil inicia visita oficial a Cuba

La Habana, 15 ene (PL).— El presidente de la República Federativa de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumple hoy una intensa agenda de trabajo a Cuba, que incluye la ceremonia oficial de recibimiento y conversaciones con el primer vicepresidente Raúl Castro.
Lula da Silva arribó la víspera al aeropuerto internacional José Martí, de esta capital, procedente de Guatemala, donde participó en los actos de toma de posesión del nuevo presidente de ese país, Alvaro Colom.

El mandatario llegó acompañado de una amplia delegación integrada por varios ministros y altos funcionarios, y fue recibido por el canciller Felipe Pérez Roque y otros dirigentes del gobierno y estado cubanos.
Integran la comitiva los titulares del Exterior, Celso Amorim, de Desarrollo, Comercio e Industrias, Miguel Jorge; de Educación, Fernando Haddad, de Salud, José Gómez Temporao; y el presidente de Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo.

La agenda de Lula da Silva incluye, además, una ofrenda floral al héroe Nacional José Martí y un recorrido por el memorial que rinde homenaje al Apóstol en la Plaza de la Revolución de la capital cubana.
Como parte de las conversaciones oficiales con las máximas autoridades de la isla, el estadista brasileño firmará importantes acuerdos en áreas de interés común.

Esta es la segunda visita oficial que realiza Lula a Cuba como presidente. La primera se efectuó en septiembre del 2003. Con anterioridad había viajado a la isla en varias ocasiones desde su posición de líder del Partido del Trabajo. Brasil es el segundo socio comercial de Cuba en la región y octavo en el intercambio total.

En el contexto de estos nexos, en Brasil prestan servicios 33 colaboradores cubanos de los sectores de la Salud, el Deporte, la Educación Superior y la Cultura, al tiempo que 44 colaboradores participan en la zona de la Amazonía en el combate contra la malaria.
Nuestro país ha graduado a 456 estudiantes brasileños y en la actualidad se forman aquí 902 becarios, entre ellos 475 en la Escuela Latinoamericana de Ciencias Médicas."


Matéria do "Juventud Rebelde":

"El General de Ejército Raúl Castro Ruz, Primer Vicepresidente de los Consejos de Estados y de Ministros, recibió hoy a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente de la República Federativa del Brasil, en el Palacio de la Revolución. Ambos dirigentes sostuvieron conversaciones oficiales y firmaron varios acuerdos en áreas de interés común."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

MARION COTILLARD - A CONFIRMAÇÃO





No dia 23 de setembro de 2007, encerrei a postagem de título “PIAF – UM HINO AO AMOR” (“LA MÔME”) com a seguinte afirmação:

[...] Marion Cotillard, repito, está magistral na interpretação de Piaf, desde a adolescência até o fim da sua curta vida. Interpretação que, sem dúvida, ainda será muito premiada [...]”.

A previsão acabou de ser confirmada. Ontem, Marion Cotillard foi galardoada - por sua interpretação em “La Môme” - com o Globo de Ouro 2008 de melhor atriz feminina no gênero musical. A Mídia francesa destaca em grandes títulos a premiação da atriz. A seguir, trecho de nota do "Le Monde" sobre a vitória de Marion Cotillard:

«Vue de Paris, la remise des 65es Golden Globe Awards à Los Angeles, dimanche 14 janvier, fait figure de triomphe pour le cinéma français : le trophée de la meilleure actrice dans une comédie ou un film musical est allé à Marion Cotillard, pour son interprétation d'Edith Piaf dans La Môme, d'Olivier Dahan.»

Como consequência da greve dos roteiristas, a cerimônia do Globo de Ouro limitou-se à designação dos premiados em uma entrevista coletiva. Essa greve ainda vai dar muito o que falar...

domingo, 13 de janeiro de 2008

"O ENGENHO DE ZÉ LINS" E A SEMANA DE BRASÍLIA

Não vou agora dizer, depois de morar há 22 anos em Brasília (com 66 meses de residência em Bruxelas), que ela é a cidade mais divertida do mundo (nem mesmo, do Brasil), que a atividade sócio-cultural é múltipla e que aqui o tédio mora ao lado e não dentro de casa. Não, não vou dizer. Confesso, porém, que a vida na Capital Federal já é bem melhor do que era no passado. As opções são as mais variadas, os bares continuam em constante e "assustador" crescimento, as discotecas também crescem no mesmo ritmo (eu é que "quase" já não as frequento mais), cinemas, tem em toda parte e de boa qualidade, tanto as salas, quanto as opções de filmes. Só o teatro é que precisa melhorar. Quanto aos restaurantes, sem dúvida de que alguns dos melhores que conheço (no Brasil e na vizinhança) estão aqui em Brasília (os preços são um pouco delirantes vis-à-vis o serviço).

Para confirmar o que digo, nada melhor do que relatar, a seguir, o que fiz nos últimos cinco dias.

Durante a semana, assisti a dois bons filmes, fui, no mesmo dia, a uma exposição razoável no Museu Nacional e ao habitual concerto da sinfônica de Brasília, no Teatro Carlos Santoro. Na sexta-feira, tomei alguns chopes em um bar novo da Asa Norte. No sábado, molhei os pés nas cachoeiras do Parque da Cidade, só para provar que quem é vacinado não precisa ter
pânico do mosquitinho da febre que amarela (e que está amarelando o Ministro da Saúde).

Hoje, depois de ir à Feira da Torre, almocei em um restaurante egípcio barato, bom e de fazer inveja aos melhores de Alexandria.

E mais, nos últimos cinco dias também trabalhei, e muito, li o mesmo que sempre leio e ainda estou com tempo para dizer o que fiz a quem quiser acessar o "Lugar do Souto" (a imaginação deve estar mesmo curta, pois o valor literário do tema é duvidoso).

Um dos filmes a que assisiti foi “Viajem a Darjeeling”, de Wes Anderson, que recomendo a todos e a todas apaixonado(a)s pela década de 1970. Ao filme, de iniciativa própria e sem apoio dos críticos, classifico de um revival pós-moderno. Comédia do século XXI, com tonalidades de finais do anos sessenta ou início da década de 1970. As cores escolhidas para os cenários (naturais), cuidadosamente fotografadas, são exuberantes e os contrastes do interior da Índia são deliciosa, cômica e respeitosamente transmitidos ao espectador. A modernidade dos diálogos, da ação e do próprio filme às vezes confunde os mais idosos, mas, por isso mesmo, é um bom exercício de memória e tônico rejuvenescente. Wes Anderson, mais uma vez, oferece ao seu fiel público a música certa na hora certa. A trama é simples, como o filme é simples. Recomendo.

Quinta-feira passada saí mais cedo do trabalho e fui assistir ao documentário “O Engenho de Zé Lins”, de Vladimir Carvalho, duplamente premiado no Festival de Brasília de 2006. A trajetória da vida do escritor José Lins do Rego, desde a sua Paraíba natal até o último dia no Rio de Janeiro, é traçada com maestria, sentimentalismo, saudade e humor por Vladimir Carvalho. A vida familiar, o drama da infância, os amigos do engenho, são objeto de depoimentos simples e despretensiosos, que se contrapõem aos testemunhos de amigos e colegas literários e acadêmicos, tais como Rachel de Queiroz, Carlos Heitor Cony, Ariano Suassuna (sensacional) e Thiago de Melo. Não me compete julgar os depoimentos, nem assumir posição contra ou a favor sobre cada testemunho, mas a escolha dos depoentes foi perfeita. Destaco a sutileza e o humor do depoimento de Ariano, para mim, um dos melhores momentos do documentário.

Ressalto, ainda, a participação do ator infantil que interpretou José Lins em “O Menino do Engenho (1965)”, de Walter Lima Filho, já com mais de 50 anos. A participação e o depoimento do ex-ator desnudam tristemente o que pode acontecer aos atores infantis, quando não apoiados e acompanhados na ressaca da embriaguez do sucesso. Ao documentário “O Engenho de Zé Lins” eu, além de recomendar, insisto que, quando estiver em cartaz em suas cidades, não deixem passar a oportunidade de o assistir.

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Notícias de “O Correio Braziliense” que fizeram o meu fim de semana bem menos entediante:

Após 17 dias com os portões trancados por suspeitas de foco do vírus da febre amarela, o Parque Nacional de Brasília, mais conhecido como Água Mineral, foi reaberto para a população neste domingo.

Exposição: Moradias transitórias – Novos Espaços da Contemporaneidade
A mobilidade de certos tipos de moradia e o conceito de escape, trabalhado por arquitetos, designers e artistas plásticos em 11 instalações.
Local: Museu Nacional Honestino Guimarães - Complexo Cultural da República - Esplanada dos Ministérios –

Sucesso também na moda - O novo modelo masculino da Gucci (Gucci Boy) é brasileiro. Rômulo Pires é de Brasília, tem 22 anos, 1,87m, ex-mecânico na cidade satélite de Samambáia e foi "descoberto" por um "olheiro" em um dos muitos shoppings de Brasília.

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E mais: Blocos prometem reunir 150 mil pessoas no carnaval do Plano Piloto.
Quem foi que disse que o mosquitinho atrapalha e que Brasília não é divertida?

sábado, 12 de janeiro de 2008

PAR DÉLICATESSE J'AI PERDU MA VIE


Arthur Rimbaud, o mais influente dos simbolistas franceses, escreveu toda a magistral obra antes de completar 20 anos. Arquétipo dos poetas malditos, aventureiro, sonhador, curioso, contestador, gênio desesperado, amante apaixonado, criança precoce, jovem incompreendido, homem criticado. Bem mais do que todos esses adjetivos são capazes de exprimir, ele foi um artista da palavra, um artesão psicológico dos sentimentos humanos expressos nessas palavras. Rimbaud foi um sonhador que viu todos os sonhos transformarem-se em pesadelos e um amante ardente tantas vezes agredido pelo objeto do amor. Simples nos sentimentos, Arthur amava e pronto!

O "Lugar do Souto" irá sempre lembrar Arthur Rimbaud - que viveu ontem, mas que poderia ter vivido hoje e que viverá sempre enquanto emoção humana houver. Os seus "gritos de desespero em forma de poema" constituirão o tema de uma ou outra postagem, forma simplória de homenagear ao POETA.

C'est donc avec ta permission, jeune Arthur – grand Rimbaud -, que je te fais cadeau d’une de tes plus belles «chansons»:

"
Chanson de la plus haute tour

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les cœurs s'éprennent.

Je me suis dit : laisse,
Et qu'on ne te voie :

Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t'arrête,
Auguste retraite.


J'ai tant fait patience
Qu'à jamais j'oublie ;,

Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.

Ainsi la prairie
A l'oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D'encens et d'ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.

Ah ! Mille veuvages
De la si pauvre âme

Qui n'a que l'image
De la Notre-Dame !
Est-ce que l'on prie
La Vierge Marie ?

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s'éprennent !"


A. Rimbaud.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

CUIDADO COM BAOBÁS NO QUINTAL!


O Baobá chegou ao Brasil no início da colonização. Três são as hipóteses que explicam a presença de alguns poucos baobás no Brasil. A primeira, afirma que as sementes vieram com a tropa invasora de Maurício de Nassau, a segunda, que as sementes foram simplesmente transportadas por aves migratórias e a última, que por ser a mais lírica, foi a que escolhi, afirma que eles chegaram ao Brasil em sementes escondidas nos porões dos navios negreiros, como a carga mais preciosa que os sacerdotes africanos conseguiram trazer em lembrança aos cultos deixados para trás (árvore sagrada de alguns povos africanos).

Baobá, árvore do gênero "Adansonia" (oito espécies), pode viver de 3 a 6 mil anos, com uma circunferência de até 20 metros e cerca de 30 metros de altura. O imponente embondeiro de Angola (imbondeiro, na Guiné) passou a ser conhecido em Portugal e aqui no Brasil pelo forma portuguesa da denominação francesa, “baobab”, oriunda do árabe “buhibab”. A razão da disseminação do nome baobá no Brasil talvez tenha origem no vocábulo árabe, por ser a denominação comum na África islâmica da época, o que explicaria a diferença dos nomes aqui e nos países lusófonos da África austral. Atestam os especialistas que existem atualmente no Brasil apenas 20 baobás catalogados, dos quais 16 estão em Pernambuco.

No Recife, os baobás estão, salvo erro, apenas, na praça da República (em frente ao Palácio do Governo), na praça da Sudene, em Santo Amaro, no bairro do Fundão, na rua Madre Loiola (Ponte d’Uchoa) e nas ruas Engenheiro Bandeira de Melo e Visconde de Tamandaré (ambas no Poço da Panela).

Fui recentemente informado da excelente promoção da Prefeitura Municipal do Recife, que organiza passeios ecológicos para conhecer os baobás da cidade pelo preço de um quilo de alimento não perecível. O espírito de preservação ecológica, a oferta de alimentos aos mais necessitados e o passeio por bairros bucólicos da cidade já são razões suficientes para que eu seja potencial candidato a um desses eventos, na próxima vez que for ao Nordeste.

Ao mesmo tempo em que fui informado da iniciativa da Prefeitura recifense, soube também que um amigo, de naturalidade indefinida entre o chimarrão gaúcho e a canjica pernambucana, iniciou o cultivo - no quintal da casa familiar de Porto Alegre - de baobás trazidos em sementes do leste africano. Independentemente do fato de não saber - nem querer saber - como, onde, nem por qual alfândega, essas sementes entraram no Brasil (possivelmente por nenhuma das hipóteses descritas no início desta crônica), gostaria de relembrar o terror do Pequeno Príncipe com as raízes dos baobás que proliferavam no seu planeta asteroide.
Cuidado, portanto, com as raízes dos baobás plantados em um quintal de Porto Alegre, porque é bem provável que daqui a uns dois ou três mil anos elas tenham destruído não só a casa familiar referida, mas também todas as outras da vizinhança. De qualquer modo, enquanto esse tempo não chega, espero que o meu amigo e família possam apreciar o crescimento dos baobás ainda infantis e promover, quem sabe, algum passeio turístico para a gauchada conhecer as futuras imponentes "Adansonias", a partir de agora de lencinho vermelho amarrado ao tronco e muita erva mate com churrasco ao redor. Cuidado, porém, para que o fogo de assar o churrasco não queime as folhas do baobá!

PARABÉNS ao mais recente cultivador de baobás que aniversaria neste 12 de Janeiro
e comemora com animada festa, provavelmente à sombra de algum baobá do Recife, enquanto aguarda que os de Porto Alegre atinjam a maturidade. Para o aniversariante, este pequeno trecho de alerta

Le Petit Prince - Chapitre 5 :

«Chaque jour j'apprenais quelque chose sur la planète, sur le départ, sur le voyage. Ça venait tout doucement, au hasard des réflexions. C'est ainsi que, le troisième jour, je connus le drame des baobabs. Cette fois-ci encore ce fut grâce au mouton, car brusquement le petit prince m'interrogea, comme pris d'un doute grave:
- C'est bien vrai, n'est-ce pas, que les moutons mangent les arbustes ?
- Oui. C'est vrai.
- Ah! Je suis content.
Je ne compris pas pourquoi il était si important que les moutons mangeassent les arbustes. Mais le petit prince ajouta:
- Par conséquent ils mangent aussi les baobabs ?
Je fis remarquer au petit prince que les baobabs ne sont pas des arbustes, mais des arbres grand comme des églises et que, si même il emportait avec lui tout un troupeau d'éléphants, ce troupeau ne viendrait pas à bout d'un seul baobab. […]

[...] Or il y avait des graines terribles sur la planète du petit prince... c'étaient les graines de baobabs. Le sol de la planète en était infesté. Or un baobab, si l'on s'y prend trop tard, on ne peut jamais plus s'en débarrasser. Il encombre toute la planète. Il la perfore de ses racines. Et si la planète est trop petite, et si les baobabs sont trop nombreux, ils la font éclater […].»

«[…] Et, sur les indications du petit prince, j'ai dessiné cette planète-là. Je n'aime guère prendre le ton d'un moraliste. Mais le danger des baobabs est si peu connu, et les risques courus par celui qui s'égarerait dans un astéroïde sont si considérables, que, pour une fois, je fais exception à ma réserve. Je dis: "Enfants! Faites attention aux baobabs !" [...]»
Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

LIBERACIÓN DE REHENES EN COLOMBIA



EL PAIS (España) - 10/01/2008 informa:

Las FARC entregan a Clara Rojas y Consuelo González de Perdomo a la misión humanitaria. La información, difundida por el presidente Hugo Chávez, ha sido confirmada por la Cruz Roja.

La misión humanitaria formada por delegados del Gobierno de Venezuela y la Cruz Roja Internacional había partido horas antes hacia un lugar del sureste de Colombia en el que la guerrilla de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia había programado la liberación de Clara Rojas y Consuelo González de Perdomo. Los rehenes fueron recogidos en dos aeronaves, MI17, de fabricación rusa e identificadas con los emblemas del Comité Internacional de la Cruz Roja (CICR), que partieron del aeropuerto de San José del Guaviare, población situada a 340 kilómetros al sureste de Bogotá. El Presidente venezolano, Hugo Chávez, ha confirmado que ambas están con buena salud y que están viajando a Caracas donde serán recibidas por sus ansiosos familiares. Con esto se pone fin a un rescate que se venía anunciado desde el año pasado y que fue abortado a finales del 2007, cuando la operación fracasó tras descubrirse que uno de los rehenes que las FARC había prometido liberar, el pequeño Emmanuel –hijo de Clara Rojas- no estaba en su poder.

LA CASA BLANCA HA DADO "LA BIENVENIDA" A LA MEDIACIÓN DE CHAVEZ PARA LOGRAR LA LIBERACIÓN DE ESTAS DOS REHENES.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

LES INFOS DU 8 JANVIER

D’après "Le Monde Diplomatique":
Régularisation: le travail, un espoir pour les sans-papeirs.
Le nombre de sans-papiers en France est estimé entre 200.000 et 400.000.
Nul ne sait combien d'entre eux disposent – grâce à des faux papiers – d'un emploi déclaré.



La "Msn Be" a publié ce matin à l'Internet :
La cérémonie des Golden Globes annulée.

La cérémonie des Golden Globes prévue dimanche à Beverly Hills a été annulée en raison de la grève des scénaristes et remplacée par une simple conférence de presse, ont annoncé lundi ses organisateurs.
NBC devait initialement diffuser l'intégralité de la cérémonie. Mais "la télédiffusion des 65e Golden Globes par NBC et le dîner au champagne dans la salle de bal du Beverly Hilton sont officiellement annulés", a indiqué la chaîne de télévision. (BVH)


Robert De Niro a été le grand amour de Naomi Campbell.

La top modèle britannique pleure encore la perte de son grand amour Robert De Niro. "Je suis heureuse que nous soyons restés amis après la rupture. C'est quelqu'un que j'admire pour la personne et pour son travail", a déclaré le mannequin de 37 ans dans le magazine In. Campbell et De Niro ont formé un couple durant 6 ans.

En Belgique:

Le nombre de familles qui veulent organiser les funérailles de leurs proches le samedi augmente. Le secteur tente de les dissuader avec des tarifs de week-end plus élevés. Sans grand succès, rapportent mardi Het Volk, Het Nieuwsblad et De Standaard.

Janvier est le mois par excellence des demandes de divorce, montre un coup de sonde mené mardi dans des cabinets d'avocats auprès de magistrats par les journaux du groupe Sud Presse.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

ACTUALITÉS MONDAINES


Les vacances de Monsieur Le Président (publiée par: jeremiemenerlache.blog50.com/.../index.html)


Note du Be-msn éditée ce 7 janvier:
«Pas de commentaire de l'Elysée à l'annonce d'un mariage Sarkozy-Bruni.
"Le porte-parole de l'Elysée David Martinon a déclaré qu'il n'avait "pas de commentaire" à faire concernant l'annonce par le Journal du Dimanche d'un mariage prochain du président Nicolas Sarkozy avec sa compagne Carla Bruni.
M. Martinon était interrogé sur un article de l'hebdomadaire, intitulé "Mariage imminent", avec reprise en Une dans ces termes: "Ils se marient le 9 février?" "La date du mariage serait maintenant fixée: Carla Bruni deviendrait la troisième Madame Sarkozy le 8, ou plus probablement le 9 février prochain", écrit le JDD sans mentionner de sources. "Le couple, qui affiche son amour à la une des magazines sur papier glacé et promène son bonheur naissant à longueur d'écrans télévisés n'en pouvait plus d'attendre", ajoute le journal. Nicolas Sarkozy et Carla Bruni ont passé le week-end en Jordanie, invités par le roi Abdallah II. Accompagné du fils de l'ex-top model, le couple a visité samedi les ruines de la cité nabatéenne de Pétra, sans éviter les photographes. Fin décembre, le chef de l'Etat s'était déjà rendu avec Carla Bruni en Egypte où il avait passé cinq jours de vacances. (BEM).»

sábado, 5 de janeiro de 2008

LEITURA RECENTE e ANIVERSÁRIO D'EL-REY

Quase tudo o que faço peca por uma relativa desatenção, pois não sou uma pessoa de observar os detalhes, de me ater às minúcias, mas sim de tentar captar as generalidades. O objeto de minha leitura não é diferente. Gosto de exercer uma leitura variada e, em geral, leio mais de um livro ao mesmo tempo, prática que faz com que eu leve mais tempo do que o previsto para concluir as leituras que começo. A vantagem dessa múltipla leitura é que adquiro informações diversas a um só tempo e a desvantagem é que corro o risco de confundir os temas. Até agora, porém, tenho conseguido manter essa pluralidade sem muitos dissabores.

Nesta época de festas natalinas que se encerra amanhã (6 de janeiro), ganhei
daquela minha amiga da flor da fruta-pão um livro excepcional, principalmente para um memorialista como eu: o “Almanaque dos Anos Setenta”, numa compilação feita por Ana Maria Bahiana. Conforme destacado no título, não é um livro para ser lido de um único fôlego, mas sim um almanaque para se degustar durante muito tempo, sempre que der vontade ou quando a saudade daquela época apertar forte. Estou deliciado com o presente recebido e com a sua leitura, que tenho feito de modo aleatório. Esta manhã, por exemplo, folheei as páginas correspondentes aos livros que faziam sucesso naquela época e destaco alguns comentários recolhidos pela autora que mostram o que se lia e o que acontecia com os livros no Brasil dos anos setenta:
“[...] No que se refere aos livros, é interessante notar que foi sobretudo a partir de 1975 que as restrições se tornaram mais rigorosas. [...] Percebia-se, então, uma mudança de tendência nos cortes, com mais livros censurados do que filmes. Dos 2.313 filmes submetidos `censura, apenas dez foram vetados à época. Enquanto isso, 49 livros eram proibidos. [...] As razões dessa mudança são fáceis de serem percebidas. Os gastos na importação de um filme, mais suas legendas em português e a feitura de cópias para distribuição, pressupõem um investimento muito maior do que a tradução e a tiragem de um livro – ou a simples importação de edições portuguesas. E como a censura se preocupava mais com os filmes, as próprias companhias de cinema acabavam fazendo um seleção prévia do que deveria ser importado. [...]” O Almanaque informa tudo sobre as revistas, os jornais, a imprensa alternativa, política, poesia, os quadrinhos e muito, muito mais que se lia na "década muito doida". A leitura de cada um dos textos e o descobrir da vasta iconografia prendem a atenção do leitor à cada página. Aos que agora me lêem e que viveram, intensamente ou não, os anos setenta, sugiro que adquiram o “Almanaque” ou, se tiverem uma amiga tão memorialista e tão interessada nas décadas douradas como eu tenho, esperem para ganhar de presente. Leitura obrigatória e sem pressa.



No finalzinho de 2007, concluí a leitura de “As Pequenas Memórias”, do incomparável José Saramago (meu autor de cabeceira), uma retrospectiva dos seus primeiros quinze anos de vida. O livro pode ser “consumido” em um dia, pois não é extenso e o autor prende-nos, como sempre, pela magistralidade da narrativa ímpar. Recomendo a leitura do livro aos apreciadores do único Prêmio Nobel de Literatura em língua portuguesa.

Dentro do gênero histórico (que é o meu favorito), li recentemente uma curta biografia de Dom Pedro II, de autoria de José Murilo de Carvalho, inserido na coleção Perfis Brasileiros. O livro é um bom aperitivo para quem quiser
aprofundar-se na personalidade, nos dramas pessoais e públicos, bem assim na época (1825-1891) vivida por aquele grande brasileiro e que foi um dos melhores Chefes de Estado do Brasil (ou mesmo, o melhor).

Também li a “Spectaculaire Histoires des Rois des Belges”, de Patrick Roegiers. Para alguém que, há mais de vinte anos, convive intensamente com a Bélgica, a leitura da história daquele país, através da vida pessoal dos seus Reis,
foi muito agradável e instrutiva e serviu para conhecer, pelo passado, os problemas presentes do país (infelizmente, não há tradução em português).

No início de 2008, resolvi mudar inteiramente de gênero de leitura e estou envolvido com a biografia de Carmem Miranda. “Carmem, uma biografia”, de Ruy Castro, já está contribuindo no retardar da hora de dormir. Ontem adquiri "A Audácia da Esperança", de Barack Obama. Por fim, para não perder o hábito de
múltipla leitura e para não deixar de lado o prazer de ler sobre História e sobre monarcas (ou monarquias), comecei a ler “Diários de um Rei Exilado”, de autoria do historiador argentino Alejandro Maciel. Daqui a algum tempo, comentarei estes três últimos.


















Para terminar, “O Lugar dos Souto” cumprimenta e brinda à Sua Majestade o Rei Juan Carlos I da Espanha pelos seus setenta anos e pelos trinta e dois de reinado democrático, moderno, constitucional e progressista. Longa vida ao Rei!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

E A VIDA CONTINUA - RESENHA DO DIA

Rali Dakar/2008 (Lisboa-Dakar).
Por razões de segurança, a prova deste ano foi oficialmente cancelada. De acordo com a Agência Lusa, ameaças terroristas na Mauritânia, país no qual oito das quinze etapas iriam acontecer, foram as razões do cancelamento do rali deste ano de 2008. A decisão vai ter grandes implicações financeiras, com perdas consideráveis, mas ainda não quantificadas, para Portugal, que acolhia o rali pelo terceiro ano consecutivo.
Este foi o primeiro cancelamento da prova, desde o seu início em 1979, ainda com o percurso Paris-Dakar.

Eleições presidenciais nos Estados-Unidos.
O complexo sistema eleitoral para presidente da maior potência econômica mundial teve início ontem, dia 3 de janeiro, com as primárias no Estado do Iowa.
O jovem e brilhante Senador Barak Obama (46) foi o vencedor do Partido Democrata e poderá vir a ser o primeiro representante da comunidade afro-americana a ocupar a Casa Branca, se o ritmo de vitórias nas primárias continuar. Como prova da inconteste liderança do Senador Obama, ressalte-se o fato de que o Iowa é um Estado cuja população branca é de 95% do total.
Mike Huckabee, o quase desconhecido antigo governador do Arkansas e pastor da Igreja Baptista, foi o vitorioso do lado dos republicanos.
Para ambos, o caminho até à indicação será longo e trabalhoso, sem esquecer que a Senadora Hillary Clinton ainda é a favorita como candidata dos democratas.

Preço do petróleo e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros - IOF.
Devido a tensões geopolíticas e à persistente fraqueza da moeda norte-americana, o petróleo atingiu o teto bastante simbólico dos 100 dólares o barril. No Brasil, as tensões política provocaram o aumento do IOF e uma série de outras medidas governamentais para compensar a perda dos recursos com o fim da cobrança da CPMF.

Vaticano.
A Rádio Vaticano informa que o Cardeal Tarcísio Bertone, Secretário de Estado, pretende ter uma reunião com o presidente interino de Cuba, Raul Castro, na viagem que fará àquele país em fevereiro próximo. O cardeal informou que esta viagem está relacionada, em parte, com o 10º aniversário da ida de S.S. o Papa João Paulo II a Cuba, em 1998.
Por seu lado, S.S. o Papa Bento XVI visitou, na manhã desta sexta-feira, a casa “Dom de Maria”, no Vaticano, fundada há 20 anos pela Bem-Aventurada Madre Teresa de Calcutá, da qual se ocupam as suas Missionárias da Caridade, para assistência aos mais necessitados.

Rio de Janeiro em duas épocas.
Janeiro de 2008 – “A Polícia Civil do Rio divulgou, na tarde desta quinta-feira, a foto dos dois homens acusados de participar do assalto ao ortopedista Lídio Toledo de Araújo Filho, de 35 anos, filho do ex-médico da seleção brasileira de futebol, Lídio Toledo. Ele foi atingido por três tiros durante uma tentativa de assalto, na noite do dia 31 de dezembro, no Alto da Boa Vista. O Hospital Samaritano informou que Lídio Filho está com paralisia nas pernas” (Jornal do Brasil, 4/1/2008).

Janeiro de 1908 -




A não perder:

RecifeVéio Mangaba” - Este final de semana no teatro Santa Isabel – Releituras pop do pastoril pernambucano.

Brasília Exposição Patrimônio Mundial no Brasil e na Alemanha - Mostra dividida em três módulos interligados que apresenta, em quase setenta painéis, os bens culturais, ambientais e históricos de cidades brasileiras e alemãs. A mostra aproveita para prestar homenagem ao aniversário de tombamento da Capital Federal.

ODE A UMA PARTIDA TRISTE

Muitos já afirmaram, entre eles o imperador romano Otávio Augusto, que o preço pago pela longevidade é o de ter de conviver com a perda das pessoas queridas... Ainda não posso ser considerado um homem longevo, mas o número de amigos e familiares que já partiram começa a ficar muito grande.

Não vou fazer uma lista de nomes e um sem número de epitáfios, pois esta não é a finalidade de "O Lugar do Souto", mas gostaria de celebrar aqui mais uma pessoa querida que nos deixou, Ajax de Albuquerque Maranhão Caio Pereira, o famoso “Biziu”, que encantou meio mundo na cidade do Recife lá pelas décadas de 1960 e 1970.

Ajax - ou Mano -, como era chamado pelos mais próximos, foi uma daquelas pessoas que valeu a pena ter conhecido e com quem foi muito bom ter convivido. Alegre, festeiro, agitador, contestador, inovador, singular, são adjetivos que dão uma ideia do seu caráter, mas nem de longe completam o todo (e o tudo) que Mano foi. O seu nome é nome de herói e, sem dúvida, que ele também o foi, diferente daquele da Antiguidade, mas nem por isso um herói menor.

Incompreendido? Claro que sim ... e muito, pois as pessoas que fogem às regras impostas pela sociedade sempre o são. Ajax, porém, mesmo fugindo às regras impostas, não foi menos valioso nas suas virtudes, menos honesto nas suas ações, menos caridoso nas relações que manteve, porque era BOM. Ao morrer hoje - com 56 anos feitos há duas semanas -, Mano deixa filhos e netos que não conheço, mas que a avaliar pelo pai e avô que tiveram são pessoas que devem ter no sangue a alegria, a contestação e a compreensão exata dos mistérios da vida que ele, certamente, soube transmitir.

Boa viagem, Ajax! Continue sendo a mesma pessoa que eu conheci há exatos 41 anos e faça muito barulho, muitas festas lá no céu onde você vai agora morar, sem esquecer de tocar aqueles “longplays” do Santana dos quais tanto gostava. Não sei se o Recife está hoje mais triste, talvez sim, talvez não, mas que eu estou muito triste, isso é certo. Um dia, Ajax, quem sabe você não me deixa participar de uma dessas futuras festinhas no céu?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A ESTRANHA POLÍTICA DA BÉLGICA

Um país sem governo durante seis meses? Verdade! Aconteceu e foi no Reino da Bélgica! O que teria ocorrido se fosse em qualquer outro lugar? Impossível responder, mas na Bélgica a vida continuou com relativa normalidade. No dia 21 de dezembro de 2007, os políticos chegaram, finalmente, a um acordo e o antigo Premier Guy Verhofstadt prestou juramento ao Rei Alberto II, acompanhado por treze ministros federais, formando assim um novo governo, que será interino até o dia 23 de março deste ano.

As consequências dos 194 dias de uma "quase-vacância" de poder já se faziam sentir no país, principalmente na área da segurança, bem assim no aumento dos preços dos combustíveis e dos gêneros alimentícios. O novo governo anunciou medidas de urgência para combater tanto o aumento de ameaças terroristas, quanto a subida de preços. O bom é que naquele Reino, diferentemente de outros Estados, as medidas governamentais são, normalmente, eficientes.

A missão do liberal flamengo G. Verhofstadt, de 54 anos, será difícil, posto que o governo provisório terá de “equilibrar” os cinco partidos da coalizão, devido às diferenças existentes entre valões e flamengos. A Flandres pleiteando um maior controle do setor econômico, enquanto que os representantes da Valônia (Wallonie) querem que a situação permaneça como está, com eles à frente do setor econômico. Ressalte-se que a Flandres é, economicamente, bem mais rica do que a Valônia.

A causa mais séria do aumento das querelas nacionalistas pode ser avaliada no resultado de uma pesquisa recente. De acordo com esse resultado, embora em 2007/2008 a grande maioria do povo belga deseje que o país continue a existir, poucos acreditam que em 20 anos ele ainda persista como Estado unificado.

Gostaria, entretanto, de chamar a atenção para o fato de que os sentimentos separatistas existem desde 1830, ano da criação do Estado belga, quando da união de uma princesa do ramo francês dos Orléans com um príncipe alemão da dinastia dos Saxe-Coburgo. Louise-Marie e Léopold I foram os primeiros reis da Bélgica e os seus descendentes em linha direta têm sido o único – e forte – elo de união do Reino.