quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ESPERADA MARCIANITA


Nunca fui um bom cantor, antes pelo contrário, já que as "virtudes" musicais não fazem parte dos meus dotes artísticos (se é que eu os tenho). Apesar disso, segundo relato dos meus familiares mais velhos, desde que comecei a balbuciar as primeiras palavras, eu comecei a cantar... e muito... Reza a lenda, que eu ainda mal falava e já gorjeava uma canção de sucesso chamada "Chinês Patchouli", ou algo parecido (ao menos, era esse nome que eu cantava). Com o passar do tempo, tornei-me um incontrolável cantor de chuveiro. E daí? A quem isso pode interessar? Acho que a ninguém, só a mim e às minhas memórias. O tempo, porém, continuou sua marcha inexorável e, com a chegada do Outono da vida, não consigo decorar as letras das canções modernas mas, para o meu deleite, comecei relembrando das letras que havia decorado na infância ou na adolescência. Quero deixar bem claro que não estou relatando o aparecimento de nenhuma doença senil, mas sim descrevendo a falta de interesse que tenho pela maioria das canções que atualmente fazem sucesso.


Por falar em esquecimento, antes de continuar esta postagem gostaria de fazer um parêntese no tema e, de público, penitenciar-me por um dos mais trágicos lapsus mentii dos últimos anos. Esqueci, no passado dia 25, o aniversário do querido amigo Fernando Augusto. Perdão, Fernando, mas foi graças à marcianita, título desta postagem e tão esperada por nós, que lembrei a data do seu natalício:25 de Outubro e não 28, como eu achava. PARABÉNS atrasados.
Voltando às músicas antigas e ao cantar no chuveiro. Esta manhã, para minha surpresa, comecei, durante o banho, cantarolando uma canção que fez grande sucesso há cerca de cinquenta anos e que, acho eu, não tem nenhum predicado, nem como letra, nem como música: "Esperada Marcianita". Ressalte-se, porém, que mesmo sem ser nenhum primor de peça musical, ela já foi gravada por alguns dos ícones do nosso cancioneiro mais recente. De minha parte, eu devia ter 12 ou 13 anos quando, rapidamente, aprendi a letra de Sérgio Murilo (creio que a letra é dele), talvez pelo fato de que tudo relacionado com o "espaço sideral", com outros mundos, com o desconhecido, fosse alvo das minhas fantasias juvenis. Quando eu cantava em alta voz que "os homens de ciência me asseguravam que em dez anos mais eu e a fictícia marcianita estaríamos bem juntinhos nos cantos escuros do céu falando de amor", o que os meus sonhos de pré-adolescente imaginavam era que eu poderia sair da terra, que fugiria de um mundo futuro (que eu já previa não iria me agradar), que iria para um espaço desconhecido e que lá encontraria um amor de folhetim, fosse esse amor de Marte, de Vênus ou de outro lugar qualquer. Talvez, já naquele tempo, na Terra eu fosse logrado e em matéria de amor eu sempre fosse passado para trás...




Surpreendente, também, é o fato de a letra de "Esperada Marcianita" ser politicamente correta numa época em que essa correção não era exigida do comportamento social, pois o objeto do amor (no caso, a filha de Marte) poderia ser branca, negra, gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante que, mesmo assim, seria muito amada. Lembro de que, mais ou menos no mesmo tempo do sucesso dessa canção (1959 - 1960), outra música fez grande sucesso no carnaval do Recife, mesmo tendo uma letra tão incorreta politicamente que prefiro nem lembrar. Deletei.


Quantas e quantas noites, eu e o Fernando Augusto ficamos na janela dos nossos quartos (ele, no Espinheiro e eu, nas Graças) olhando aquela "estrela" avermelhada, que nem estrela é, suspirando por um broto de Marte, no meu caso, que não se pintasse, não fumasse, nem sequer soubesse o que era rock n' roll, pois sempre fui conservador, no dele, porém, o brotinho poderia fazer tudo isso, ter tatuagens e até usar piercing, visto que, desde a infância, o meu amigo espinheirense sempre foi "moderninho". Chegou o ano 1970, e a marcianita não veio. Deixa pr'á lá, 2070 não está tão longe assim e aí, quem sabe, o esperado brotinho de Marte, montado no rabo de um cometa, finalmente chegue para nós e, então, possamos ser felizes para sempre.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

SUA ALTEZA IMPERIAL E REAL DOM LUIZ DE ORLÉANS E BRAGANÇA - CHEFE DA CASA IMPERIAL DO BRASIL




No intuito de tornar as figuras ilustres do nosso país conhecidas do maior número possível de leitores, o blogue "Lugar do Souto" transcreve, a seguir - com o devido respeito por sua Augusta Pessoa -, a biografia daquele que é, desde 1981, o Chefe da Casa Imperial do Brasil, S.A.I.R. Dom Luiz de Orléans e Bragança.


Quando se fala em monarquia no Brasil, há uma tendência em pensar numa forma de governo estranha ao continente americano. A monarquia, porém, já existe no nosso continente, visto ser esse o regime político do Canadá. No Caribe, inúmeras são as nações que adotam a Monarquia Constitucional como regime. Restaurar, portanto, o regime monarquista no Brasil seria unir na mesma forma de governo os dois gigantes do continente, um ao norte e o outro, ao sul. Na Europa, a monarquia é a forma constitucional de países como a Espanha, Mônaco, Reino Unido (Inglaterra, Escócia e País de Gales), Bélgica, Luxemburgo, Liechtenstein, Holanda, Dinamarca, Suécia e Noruega. Na Ásia, citamos, apenas, o Japão e a Tailândia, sem esquecer, porém, a Austrália e a Nova Zelândia, e, na África, alguns países adotam a monarquia como o seu regime. Não seria, portanto, nenhuma surpresa ou novidade pensarmos em um Brasil monarquista (ou monárquico).


Todos sabemos que a História não é feita de hipóteses nem de condições, o "se", portanto, não faz História. Consciente do afirmado, gostaria, entretanto, de indicar que se o golpe republicano não tivesse ido à frente e se as circunstâncias dinásticas tivessem sido as mesmas, o Brasil teria tido, desde a independência até hoje, apenas, cinco Chefes de Estado: Dom Pedro I, Dom Pedro II, Dona Isabel I, Dom Pedro III e, atualmente, Dom Luiz I. Por outro lado, lanço aos leitores a seguinte pergunta: "Quem consegue dizer, sem muito pensar, o nome de todos os presidentes da vigente república?"


Não se pode negar que nos últimos cento e vinte anos muitos ilustres brasileiros tiveram destaque em nossa história, alguns até como presidentes republicanos, mas a continuidade da monarquia não os teria tolhido em sua carreira e, sem dúvida, eles e elas ter-se-iam destacado da mesma maneira, provavelmente, chefiando vários dos nossos governos constitucionais. Tal como ocorreu na república, também na monarquia muitos teriam sido os governos legitima e democraticamente eleitos pelo povo, mas permaneceria a incólume pessoa do monarca simbolizando a Nação brasileira. O monarca, desde o nascimento preparado para exercer as suas funções, estaria livre de muitos dissabores que atingiram alguns presidentes da história do Brasil. Todos os brasileiros, indígenas, afrodescendentes, de origem europeia ou asiática seriam representados pelo monarca, que simbolizaria a todos e a cada um, e não apenas a uma parte da Nação.


Dom Luiz Gastão de Orleans e Bragança é hoje a alma viva da Nação brasileira, correndo em suas veias o mesmo sangue que corria nas veias dos nossos primeiros Imperadores - Dom Pedro I e Dona Leopoldina -, e dos seus descendentes diretos, que marcaram de modo tão benéfico e heróico a História brasileira nos primórdios da nacionalidade. Todo o cidadão brasileiro tem a obrigação de respeitar a Família que, por seus atos de amor à Pátria no passado e pela marcada presença na sociedade atual, é a melhor imagem da identidade do nosso querido Brasil.




A fidelidade da família do autor deste blogue à Família do Senhor Dom Luiz remonta, com comprovação documental, há cerca de cento e oitenta anos, quando o meu tetravô, Capitão Antonino Severo de Abreu e Vasconcellos, natural do Lugar do Souto, Lanhoso, Portugal, defendeu em armas - sendo por isso alvo de várias prisões políticas - os ideais do Rei Dom Pedro IV de Portugal, Imperador Dom Pedro I do Brasil, Tetravô do Chefe da Casa Imperial do Brasil, cuja biografia transcrevemos nesta postagem. É, pois, como súdito fiel, que discorro sobre tão Distinto e Augusto Senhor.






"Dom Luiz Gastão de Orléans e Bragança é filho do Príncipe Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança
(1909-1981), admirável figura de brasileiro, chefe de família exemplar e, entre 1922 e 1981, de Jure, Dom Pedro III; neto de Dom Luiz de Orléans e Bragança (1878-1921), bisneto da Princesa Isabel (de Jure, Dona Isabel I, de 1891 a 1922), trineto de Dom Pedro II, tetraneto de Dom Pedro I, remontando a sua ascendência a Dom Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, a Hugo Capeto, que ascendeu ao trono da França há mais de mil anos e a muitos outros Reis e Imperadores, que todos conhecem dos estudos históricos. Descende, ainda, de São Nuno de Santa Maria (o Santo Condestável), de São Luiz, Rei da França e de outros Santos da Igreja Católica.
Dom Luiz nasceu em Mandelieu, na França, em 6 de junho de 1938, tendo sido registrado como cidadão brasileiro no Consulado Geral do Brasil em Paris. Ao terminar a Segunda Guerra Mundial (1945), veio para o Brasil em companhia dos pais e irmãos já nascidos, fixando residência no Paraná e, em seguida, no Rio de Janeiro, onde realizou os estudos secundários. Aperfeiçoou o idioma francês em estudos pré-universitários na cidade de Paris e concluiu a Faculdade de Química em Munique, Alemanha. Em 1967 voltou ao Brasil, com residência em São Paulo, onde mora com o irmão, Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil*.


Dom Luiz fala fluentemente, além do português, o francês e o alemão, tem bons conhecimentos do castelhano, inglês e italiano e é detentor de uma sólida cultura, especialmente nos assuntos históricos e sociológicos. O Chefe da Casa Imperial do Brasil é um homem atualizado com os problemas nacionais e internacionais, estando cotidianamente informado, como compete a quem tem por direito tão alto cargo, das questões políticas do nosso país e do estrangeiro. Seguindo, porém, o exemplo do seu Augusto Pai, Dom Luiz não interfere nos debates de interesses e paixões das grandes forças que dominam, nos dias atuais, a cena político-partidária do Brasil. Dom Luiz mantém atualizada e profícua correspondência com todos os que a Ele se dirigem, discutindo e opinando sobre os mais diversos assuntos. É Grão-Mestre da Ordem da Rosa e da Ordem Dom Pedro I. Detém, ainda, a Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real Bourbon-Sicílias.".
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"Príncipe Imperial" é o título do herdeiro ao Trono Imperial do Brasil.

sábado, 10 de outubro de 2009

EM AMSTERDAM, VISITAR O HERMITAGE E FAZER MUITO MAIS



Visitar Amesterdã (na correta grafia brasileira) ou Amesterdão (na forma lusitana) é sempre um prazer inusitado e a certeza de conviver com o inesperado. Antes de continuar este texto, gostaria de salientar que prefiro usar a grafia do nome da cidade em neerlandês (Amsterdam), pois não me parece que as duas formas (brasileira e portuguesa) combinem muito com o espírito da exótica urbe.

É incrível como uma cidade não muito grande em termos populacionais (menos de 800.000 habitantes na área central e adjacências) consegue surpreender pela convivência pacífica entre o muito tradicional e o extremamente liberal.
A origem do nome "Amsterdam" está no latim, ao que parece, na frase "Homines menentes apud Amestelledamme", que traduzindo significa "Homens que vivem próximo ao Amestelladamme." "Amestelledamme" significa dam (dique) do rio Amstel. Por seu lado, o nome "Amstel" é a junção de "ame" ("água") e "stelle" ("terra seca"). Muita complicação para uma cidade tão linda! O rio Amstel atravessa a cidade e é cortado por quatro grandes canais, os quais são cruzados por uma infinidade de canais menores. O rio e todos os canais, à beira do mar do Norte, fazem da cidade um cenário de sonho, ainda que bastante úmido. É pelo Amstel e pelos canais que circulam os turistas e os quase dois milhões de pessoas que constituem a grande Amsterdam.

A data considerada como a da fundação da cidade é 27 de ou
tubro de 1275, mas apenas em 1300 é que lhe foi concedido o direito oficial de cidade, tendo o seu florescimento se dado no decorrer do século XIV. No século XVII, Amsterdam era a cidade mais rica do mundo e, já àquela altura, uma das mais liberais. Se ela já era liberal há mais de trezentos anos, imaginem o que ela é em pleno século XXI...No domingo 27 de setembro voltei à capital holandesa e, como sempre, uni lazer e cultura, daquele jeito que só Amsterdam consegue unir.

O dia que
dediquei a Amsterdam em setembro passado foi curto para tudo o que eu pretendia rever, mas, mesmo assim, fiz muita coisa. Comecei indo à Missa na Igreja de São Pedro e São Paulo, um ambiente de tranquilidade em pleno coração da agitada Kalverstraat, em seguida, fui ao mercado das flores da Singel (rua às margens do Singelgracht) e depois almocei em um acolhedor restaurante do Keisersgracht. Antes de enfrentar a enorme fila para entrada no Hermitage, tomei uma cerveja na Rembrandtsplein e, após visitar o museu, fui namorar (se não de fato, ao menos em desejo) nas cercanias do Distrito da Luz Vermelha.

Hermitage em Amsterdam? Sim, é ele mesmo ou, ao menos, uma "sucursal" do original, que o governo da Rússia c
edeu ao povo holandês e que agora é o seu xodó. O museu, que fica em um maravilhoso edifício do século XVII, foi inaugurado em junho deste ano pelo presidente russo e por S.M. a Rainha Beatrix-Wilhelmina. Como é natural, o acervo em muito fica a dever ao do Hermitage de São Petersburgo, mas as exposições itinerantes e a beleza do próprio edifício tornam a visita obrigatória a quem for à cidade.

O domingo passado em Amsterdam foi enriquecedor e
cheio de saudosas lembranças de amigos muito queridos que lá moraram ou que lá já estiveram comigo. A partida desses amigos para uma dimensão superior fez com que eu rejeitasse voltar à cidade durante alguns anos. Mateus, Jan, Dirk, Adriano, Zé Mário, já não estão fisicamente entre nós, mas o espírito de cada um deles continua vivo, não só em nossos corações, mas também na alegria das ruas de Amsterdam, nas flores do mercado da Singel, no cheiro a batata frita, na água que corre por seus canais. Ir hoje a Amsterdam, além das tradicionais visitas aos museus já conhecidos e ao novo Hermitage, passou a ser para mim um rosário de penas que vou desfiando e que me faz mais nostálgico do que normalmente sou. Amsterdam, porém, continua viva e linda e a vida é para ser vivida e cantada, seja "Sous les ponts d'Amsterdam" (na voz de Brel), seja nas praças, nos bares, nas ruas. Amsterdam é hoje, também, o Hermitage, mas é mais do que ele, muito mais. É vida, é alegria, é amor, é passado, é presente e será futuro!


É até mesmo ver uma Olinda que não mais existe!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

YES, YOU DID IT AGAIN, PRESIDENT OBAMA

Que a PAZ seja conseguida com algo mais do que um amplo sorriso!


Esta manhã, o Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, voltou a marcar a sua presença na história da humanidade. O arrojado jovem político foi galardoado com o prêmio Nobel da Paz.
Deixando de lado apoios ou discordância, todos devem concordar que Barack Obama é algo de novo e inusitado na política norte-americana, trazendo, em consequência, esperanças de um porvir melhor para o mundo. O Presidente dos Estados-Unidos tem em suas mãos a possibilidade de levar a humanidade para novos conflitos ou a de pacificar os ânimos e conter os interesses internos e externos ao seu país. Com o prêmio Nobel da Paz, ou mesmo sem ele, esperemos que seja o caminho da paz que marque o seu governo.



O blogue Lugar do Souto une-se a todos que se empenham na árdua batalha da PAZ.

PARABÉNS PRESIDENTE OBAMA.