Quem é natural do Recife, aqui mora ou vem muito à cidade, conhece bem a Avenida Conde da Boa Vista, que não é mais a antiga Rua Formosa, adornada por casarões com grandes jardins, nem mesmo a promissora avenida do início da segunda metade do século XX, com prédios em formatos considerados exóticos. Hoje, ela um corredor de ônibus, sem qualquer atrativo e cheia de perigos para os que gostam, como eu, de fazer longos percursos a pé.
No início da segunda metade do século XVIII, uma boa parte do atual bairro da Boa Vista era área de mangue, um grande alagado enlameado, que já estava, em parte, sendo aterrado, mas, ainda, praticamente intransitável. No ano de 1840, o conde da Boa Vista, então presidente da província de Pernambuco, iniciou o aterro do bairro, construindo a primeira parte de uma grande via de acesso entre o centro da cidade e a zona oeste, desde a Rua da Aurora até a Rua Visconde de Camaragibe, mais tarde, Rua do Hospício.
A população, encantada com a beleza da nova rua, logo a batizou de Rua Formosa, posteriormente, foram concretizadas as segunda e terceira partes, indo, o Caminho Novo, até o bairro do Derby. Só depois da morte do Conde da Boa Vista a nova via recebeu o nome do seu mentor. Portanto, Rua Formosa + Caminho Novo = Avenida Conde da Boa Vista. A Avenida Conde da Boa Vista teve um primeiro trecho alargado em 1946, já o alargamento do trecho seguinte, até a Rua Dom Bosco, só foi concluído entre os anos de 1955/1959. As duas obras foram feitas nas gestões do prefeito Pelópidas Silveira. Lembro perfeitamente do segundo alargamento, ocorrido a partir do local onde comecei o "passeio" que passarei a descrever.
No início desta semana, aproveitando um agradável entardecer, resolvi passear pela Avenida Conde da Boa Vista, desde a esquina do Colégio de São José, até o edifício Duarte Coelho, às margens do Rio Capibaribe, locais esses mostrados nas duas imagens abaixo, que, como todas as outras, estão disponíveis na Internet. O motivo de tão esdrúxulo passeio foi, pura e simplesmente, saudosismo de alguém que passou parte de sua juventude andando por aquela avenida, um dos principais corredores centro-subúrbio desta minha tão querida cidade do Recife.
A população, encantada com a beleza da nova rua, logo a batizou de Rua Formosa, posteriormente, foram concretizadas as segunda e terceira partes, indo, o Caminho Novo, até o bairro do Derby. Só depois da morte do Conde da Boa Vista a nova via recebeu o nome do seu mentor. Portanto, Rua Formosa + Caminho Novo = Avenida Conde da Boa Vista. A Avenida Conde da Boa Vista teve um primeiro trecho alargado em 1946, já o alargamento do trecho seguinte, até a Rua Dom Bosco, só foi concluído entre os anos de 1955/1959. As duas obras foram feitas nas gestões do prefeito Pelópidas Silveira. Lembro perfeitamente do segundo alargamento, ocorrido a partir do local onde comecei o "passeio" que passarei a descrever.
No início desta semana, aproveitando um agradável entardecer, resolvi passear pela Avenida Conde da Boa Vista, desde a esquina do Colégio de São José, até o edifício Duarte Coelho, às margens do Rio Capibaribe, locais esses mostrados nas duas imagens abaixo, que, como todas as outras, estão disponíveis na Internet. O motivo de tão esdrúxulo passeio foi, pura e simplesmente, saudosismo de alguém que passou parte de sua juventude andando por aquela avenida, um dos principais corredores centro-subúrbio desta minha tão querida cidade do Recife.
A primeira tristeza foi no momento em que não encontrei o Colégio Padre Félix na esquina do lado oposto ao Colégio de São José, que, pelo menos, ainda continua no mesmo lugar. A nostalgia inicial transformou-se em revolta ao chegar à Ponte Duarte Coelho, depois de percorrer os poucos quilômetros da triste caminhada.
Para melhor explicar a razão de tão fortes sentimentos de tristeza e revolta é preciso que se volte ao início do "passeio" por uma avenida que poderia ter sido a "Gran Via" recifense. Comecei às 16:50h da última terça-feira e terminei já a noite havia caído.
A cada quarteirão que eu avançava mais difícil se tornava caminhar, com as calçadas cheias de buracos, ou de vendedores ambulantes mal organizados, ou, ainda, de muito lixo abandonado, obrigando-me a descer para a pista de veículos a fim de poder continuar o percurso.
Para piorar a situação, há alguns anos, resolveram transformar a avenida num corredor exclusivo para ônibus, com armações de péssimo gosto e, o que é pior, sem nada melhorar a vida dos usuários.
Na realidade, as dificuldades só aumentaram, quer para atravessar a avenida, quer mesmo para descer ou subir dos coletivos, pois os passageiros, quase sempre, são obrigados a cruzar uma das vias locais, com risco de atropelamento.
Mesmo assim, insisti na caminhada, fazendo mil e uma peripécias para saltar sobre o lixo acumulado e os buracos enlameados. Lembrei, então, do grande lamaçal que deveria ser aquela área antes dos aterros dos séculos XVIII e XIX e me perguntei "Será que alguma coisa mudou?"
Após tentar matar a saudade de um passado não muito remoto, o que consegui foi ficar com mais saudade ainda, já que nada que me fizesse lembrar da Avenida Conde da Boa Vista da minha juventude existe ou está, ao menos, parecido com o que era àquela altura. Formosa, então, é que ela não é mais.
O que poderia (ou poderá) ser feito para tentar acabar com a poluição visual, com o caos urbano, com o perigo encontrado a cada trecho, que destroem a formosura da Avenida Conde da Boa Vista? A resposta cabe aos candidatos à próxima eleição.
Um comentário:
Apenas p enriquecer um pouco s texto, foi na Conde da B. Vista onde existiram agencias de vender carros c decalque-mania. Depois é q elas se espalharam p a Cruz Cabuga, Caxanga, etc.
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