sexta-feira, 25 de novembro de 2011

EUROPALIA 2011 - BRASIL, PAÍS HOMENAGEADO

Nesta sexta-feira, 25 de outubro, ainda estou em Bruxelas, de onde partirei dentro de poucas horas. Antes, porém, gostaria de comentar sobre a "Europalia 2011", que tem como país homenageado o Brasil.

Primeiramente, explico que "Europalia" é um grande festival internacional de arte e cultura que ocorre, a cada dois anos, na Bélgica, em especial na cidade de Bruxelas, homenagenado um determinado país. Esse evento acontece desde o ano de 1969.

Segundo informações que obtive, o título "Europalia" (em português, deveríamos grafar Europália, com acento) é a combinação de duas palavras, "Europa" e "Opalia", esta última, sendo o nome de um grande festival da antiga Roma, que ocorria à época das colheitas, em honra de "Ops", deusa da terra e da fertilidade. Também consegui saber que o nome dessa divindade está na raiz da palavra "Opus", que significa um "trabalho de arte".

A "Europalia" realiza-se entre os meses de outubro e janeiro, com mostras de arte antiga, arte moderna e arte contemporânea, com exposições de fotografia, de artesanato, de moda, de design, além de concertos, peças de teatro, dança, palestras científicas, de literatura, retrospectivas cinematográficas, folclore, festivais gastronômicos, etc., etc. O país escolhido mostra o que tem de melhor, para que Bruxelas (e algumas outras cidades belgas) possam conhecer e apreciar. Ser homenageado pelo "Europalia" permite a um país projetar-se na capital da Europa e atrair futuros turistas e, consequentemente, divisas.

Como foi dito acima, em 2011 o Brasil foi o país escolhido pelo "Europalia", tendo a sua inauguração contado com a presença da Presidente Dilma Roussef.



Aproveitando cada minuto de folga, no tempo escasso desta minha permanência em Bruxelas, visitei o mais que pude, sendo que a exposição "TERRA BRASILIS", no Espaço Cultural ING, na Place Royale de Bruxelas, foi a que mais me marcou. As obras selecionadas são provenientes tanto de coleções particulares, quanto de museus das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife, além de outras, que vieram do Museu do Louvre, em Paris, e de vários museus europeus. Uma maravilha de exposição, que retrata 400 anos de história do Brasil através da arte, incluindo, além da pintura, obras de madeira, de pedras e de metais preciosos. Imperdível.

Para os mais jovens, há espetáculos de música de diversos gêneros, de capoeira e de dança. Enfim, a cidade de Bruxelas, neste outono de 2011, adquiriu um colorido especial trazido pelas cores quentes do Brasil.
 Parabéns Brasil, parabéns "Europalia".

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

BAIRROS ANTIGOS DE BRUXELAS: L'ILOT SACRÉ


Um ano depois da última visita, estou, neste outono de 2011, de volta a Bruxelas. Outono, aliás, atípico quanto à meteorologia, pois os dias estão ensolarados e a temperatura, durante as manhãs, ronda os 9 ºC, o que, para Bruxelas, quase no fim do mês de novembro, é bastante superior àquela que seria normal. Ainda bem!

Ontem, ao passear pelo antigos bairros da zona central da cidade, decidi que iria postar algumas crônicas  (ou arremedo de crônicas) com fotos dos bairros mais antigos desta milenar Bruxelas, começando com o chamado de L'Ilot Sacré, sem dúvida um dos mais visitados pelos turistas, devido, principalmente, aos inúmeros restaurantes que abriga.
A palavra îlot, em francês, corresponde, no vernáculo, a  "ilhota" ou "ilhéu", uma ilha muito pequena e o adjetivo sacré, traduz-se por "sagrado"; por analogia, porém, îlot, pode significar um agrupamento de casas cercado por ruas, como ocorre com este bairro típico do centro de Bruxelas. Na realidade, a Ilot Sacré foi criada recentemente, no final da década de 1950, quando Bruxelas foi submetida a uma série de demolições para modernizar a cidade que se preparava para a Exposição Internacional de 1958. Várias ruas históricas estavam na lista das que seriam atingidas, a rue de Bouchers, a petite rue des Bouchers e a rue des Dominicains, por exemplo, deveriam sofrer várias demolições, para atender ao plano de modernização. Surgiu, então, um movimento dos comerciantes e de alguns moradores da zona que não só conseguiu impedir as demolições previstas, como forçou a criação, no centro histórico de Bruxelas, de algumas "ilhas" intocáveis a futuras ideias modernosas e de mau gosto, pretendo demolir o clássico para dar lugar ao moderno. Surgiu, assim, a Ilot Sacré, uma espécie de bairro restaurado, tombado e protegido em pleno coração da capital da Bélgica.

A atual rue des Bouchers aparece em um documento de 1294 dos arquivos da catedral de Saint-Gudule, com a denominação latina de Vicus Carificum, o que confirma as origens remotas daquela rua e de todo o bairro. Na Idade Média, inúmeras lojas de charcutaria, salsicharia e de miudezas comestíveis já estavam estabelecidas na rue des Bouchers e na petite rue des Bouchers e, até os dias atuais, é lá que os turistas procuram as mais variadas iguarias da gastronomia tradicional de Bruxelas. 


Resolvi aproveitar os meus curtos seis dias em Bruxelas para flanar pela Ilot Sacré, colhendo algumas fotos e guardando na memória o cenário daquele bairro tão típico. Algumas fotos foram feitas muito cedo na manhã de hoje e outras, ao fim da tarde, cerca da 4:30h, antes do horário do almoço e do jantar, respectivamente, razão pela qual as ruas estão vazias e, consequentemente, calmas.


Bruxelas é uma cidade que deveria sempre estar incluída no roteiro de quem vem à Europa, pois, embora não seja uma grande metrópole, tem todas as vantagens de uma cidade como Paris, o charme, os bons restaurantes, uma vida cultural razoável e, em alguns bairros, a tranquilidade de uma cidade de médio porte. Às pessoas que pretendem visitar Bruxelas, sugiro uma noite dedicada à Ilot Sacré, cujas fotos preenchem esta postagem.


O charme do centro histórico da capital da Europa certamente encantará aos novos visitantes.

Neste mapa, pode-se localizar a Ilot Sacré.