segunda-feira, 21 de novembro de 2011

BAIRROS ANTIGOS DE BRUXELAS: L'ILOT SACRÉ


Um ano depois da última visita, estou, neste outono de 2011, de volta a Bruxelas. Outono, aliás, atípico quanto à meteorologia, pois os dias estão ensolarados e a temperatura, durante as manhãs, ronda os 9 ºC, o que, para Bruxelas, quase no fim do mês de novembro, é bastante superior àquela que seria normal. Ainda bem!

Ontem, ao passear pelo antigos bairros da zona central da cidade, decidi que iria postar algumas crônicas  (ou arremedo de crônicas) com fotos dos bairros mais antigos desta milenar Bruxelas, começando com o chamado de L'Ilot Sacré, sem dúvida um dos mais visitados pelos turistas, devido, principalmente, aos inúmeros restaurantes que abriga.
A palavra îlot, em francês, corresponde, no vernáculo, a  "ilhota" ou "ilhéu", uma ilha muito pequena e o adjetivo sacré, traduz-se por "sagrado"; por analogia, porém, îlot, pode significar um agrupamento de casas cercado por ruas, como ocorre com este bairro típico do centro de Bruxelas. Na realidade, a Ilot Sacré foi criada recentemente, no final da década de 1950, quando Bruxelas foi submetida a uma série de demolições para modernizar a cidade que se preparava para a Exposição Internacional de 1958. Várias ruas históricas estavam na lista das que seriam atingidas, a rue de Bouchers, a petite rue des Bouchers e a rue des Dominicains, por exemplo, deveriam sofrer várias demolições, para atender ao plano de modernização. Surgiu, então, um movimento dos comerciantes e de alguns moradores da zona que não só conseguiu impedir as demolições previstas, como forçou a criação, no centro histórico de Bruxelas, de algumas "ilhas" intocáveis a futuras ideias modernosas e de mau gosto, pretendo demolir o clássico para dar lugar ao moderno. Surgiu, assim, a Ilot Sacré, uma espécie de bairro restaurado, tombado e protegido em pleno coração da capital da Bélgica.

A atual rue des Bouchers aparece em um documento de 1294 dos arquivos da catedral de Saint-Gudule, com a denominação latina de Vicus Carificum, o que confirma as origens remotas daquela rua e de todo o bairro. Na Idade Média, inúmeras lojas de charcutaria, salsicharia e de miudezas comestíveis já estavam estabelecidas na rue des Bouchers e na petite rue des Bouchers e, até os dias atuais, é lá que os turistas procuram as mais variadas iguarias da gastronomia tradicional de Bruxelas. 


Resolvi aproveitar os meus curtos seis dias em Bruxelas para flanar pela Ilot Sacré, colhendo algumas fotos e guardando na memória o cenário daquele bairro tão típico. Algumas fotos foram feitas muito cedo na manhã de hoje e outras, ao fim da tarde, cerca da 4:30h, antes do horário do almoço e do jantar, respectivamente, razão pela qual as ruas estão vazias e, consequentemente, calmas.


Bruxelas é uma cidade que deveria sempre estar incluída no roteiro de quem vem à Europa, pois, embora não seja uma grande metrópole, tem todas as vantagens de uma cidade como Paris, o charme, os bons restaurantes, uma vida cultural razoável e, em alguns bairros, a tranquilidade de uma cidade de médio porte. Às pessoas que pretendem visitar Bruxelas, sugiro uma noite dedicada à Ilot Sacré, cujas fotos preenchem esta postagem.


O charme do centro histórico da capital da Europa certamente encantará aos novos visitantes.

Neste mapa, pode-se localizar a Ilot Sacré.

 

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