"Jadis, si je me souviens bien, ma vie était un festin où s'ouvraient tous les coeurs, où tous les vins coulaient.
Un soir, j'ai assis la Beauté sur mes genoux. - Et je l'ai trouvée amère. - Et je l'ai injuriée.
Je me suis armé contre la justice.
Je me suis enfui. Ô sorcières, ô misère, ô haine, c'est à vous que mon trésor a été confié!" *
O que é que a conturbada presença de Rimbaud em Bruxelas, na década de 1870, tem a ver com os restaurantes de hoje da cidade? Nada, absolutamente nada, é a resposta. Resolvi, entretanto, escrever esta crônica/postagem sobre ambos os temas, talvez para economizar letras, talvez por falta de idéias.
Para começar, ressalto que o título desta postagem, em francês, utiliza a abreviatura coloquial de “restaurants” - que também se pode grafar “restos” - e acrescento que a referência aos "restaux" será apenas aos seus nomes e não à qualidade da comida ou à relação qualidade/preço. Explicação dada, passemos ao que interessa.
Estou, mais uma vez, em Bruxelas e aproveitei a noite de ontem, sexta-feira, para jantar com um grupo de amigos dos velhos e dos novos tempos. Durante o jantar, alguém comentou a frequente ocorrência de nomes fora do comum dados aos restaurantes da cidade. Estávamos no “Bonsoir Clara” e resolvemos disputar o jogo de quem encontraria o nome mais bizarro, pelo menos para os padrões tradicionais. O jantar foi muito divertido e a brincadeira durou até o cafezinho Tal como muitas outras coisas nesta cidade, a escolha dos nomes dos restaurantes tende ao insólito - alguns leitores mais atentos devem lembrar da postagem, publicada em 1º de dezembro de 2007, sobre as ruas insólitas de Bruxelas.
Estou, mais uma vez, em Bruxelas e aproveitei a noite de ontem, sexta-feira, para jantar com um grupo de amigos dos velhos e dos novos tempos. Durante o jantar, alguém comentou a frequente ocorrência de nomes fora do comum dados aos restaurantes da cidade. Estávamos no “Bonsoir Clara” e resolvemos disputar o jogo de quem encontraria o nome mais bizarro, pelo menos para os padrões tradicionais. O jantar foi muito divertido e a brincadeira durou até o cafezinho Tal como muitas outras coisas nesta cidade, a escolha dos nomes dos restaurantes tende ao insólito - alguns leitores mais atentos devem lembrar da postagem, publicada em 1º de dezembro de 2007, sobre as ruas insólitas de Bruxelas.
"Ma folle de sœur",
"Bleu de Toi",
"De Ultieme Hallucinatie",
"Eatcetera",
"Bonsoir Clara"
"Vert de Gris",
"L'O de Gamme",
"Le Hasard des Choses",
"La Quincaillerie",
"Rouges Tomates",
"Au Boeuf Gross Sel".
O "De Ultieme Hallucinatie" ocupa uma maravilhosa construção Art Nouveau, mas os preços são altos para o meu padrão. Bruxelas tem, sem nenhuma dúvida, uma vasta gama de bons restaurantes e aqueles de cujo nome lembramos são, além de excelentes, acolhedores e com um ambiente convidativo a um agradável serão. O vencedor entre os que têm nomes exóticos, "Ma Folle de Soeur" (literalmente, "A Louca da minha Irmã") é o meu favorito tanto pela comida, quanto pelo preço, mas também gosto muito do antigo "La Quincaillerie", onde sempre volto e recordo a primeira vez em que lá estive, no início da década de 1990, com um grande grupo, incluindo o meu amigo pernambucano - médico, pintor e muito mais - Lauro Marinho.
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Hoje, sábado, 17 de maio de 2008, resolvi sair à procura dos locais mais marcantes da presença de Arthur Rimbaud na cidade. Comecei pelo Ancien Hôtel Liègeois (atual Saint Germain), de lá passei pela Casa “Victor Hugo”, no número 4 da Place des Barricades e, em alguns minutos, estava no Musée de la Brasserie, antiga Maison des Brasseurs, no número 10 da Grand Place. Que emoção, ao imaginar que ali, em 1873, Verlaine e Rimbaud tomaram grandes pileques!
Dei um salto na história dos dois poetas e parei em frente ao atual Hotel Amigo, antiga prisão de mesmo nome, na qual Verlaine cumpriu pena após ter baleado o jovem e irrequieto Arthur. Em seguida, respirei fundo e meditei ao lado do prédio onde funcionou o hotel À La Ville de Courtrai, cenário do trágico ato acima citado. Fui, por fim, à Passage 44, no mesmo local onde existia o Hospital Saint-Jean, para onde o poeta foi levado por Verlaine e a mãe, para retirarem a bala e fazer curativos.
Dei um salto na história dos dois poetas e parei em frente ao atual Hotel Amigo, antiga prisão de mesmo nome, na qual Verlaine cumpriu pena após ter baleado o jovem e irrequieto Arthur. Em seguida, respirei fundo e meditei ao lado do prédio onde funcionou o hotel À La Ville de Courtrai, cenário do trágico ato acima citado. Fui, por fim, à Passage 44, no mesmo local onde existia o Hospital Saint-Jean, para onde o poeta foi levado por Verlaine e a mãe, para retirarem a bala e fazer curativos.
"Moi! moi qui me suis dit mage ou ange, dispensé de toute morale, je suis rendu au sol, avec un devoir à chercher, et la réalité rugueuse à étreindre! Paysan!
Suis-je trompé? la charité serait-elle sœur de la mort, pour moi?
Enfin, je demanderai pardon pour m'être nourri de mensonge. Et allons.
Mais pas une main amie! et où puiser le secours?" *
Enfin, je demanderai pardon pour m'être nourri de mensonge. Et allons.
Mais pas une main amie! et où puiser le secours?" *
Um comentário:
Gostei...
Simão
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