quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CET APRÈS-MIDI, À BRUXELLES, MALGRÉ LE BEAU TEMPS, UNE VISITE AU MUSÉE MAGRITTE S'IMPOSAIT!

Em todo os lugares por onde passo, percebe-se que alguma coisa está mudando no clima. Chove muito, onde não chovia, faz calor demasiado nos lugares de clima temperado, frio em terras quentes, e por aí vai. Em Bruxelas, não é diferente. Hoje, 19 de Novembro, está um dia lindíssimo e as folhas ainda não começaram a cair das árvores. Tempo estranho para esta época do ano e, nesta cidade com tantos parques agradáveis, um dia assim é uma tentação para belos passeios ao ar livre. Esta postagem, entretanto,  não pretende discorrer sobre ecologia, nem sobre as trágicas mudanças climatéricas, nem, também, sobre os parques de Bruxelas, mas sim sobre a agitada vida cultural da capital da Bélgica e da União Europeia. 
 
Como quase sempre, estou aqui em missão oficial, portanto, com muito trabalho, o que torna um "tormento", abrir os cadernos de cultura dos jornais locais e  deparar, por exemplo, com um concerto da mezzo-soprano Cecília Bartoli com todos os ingressos esgotados e, ainda, com inúmeros espetáculos e exibições no âmbito da Europalia China.  Museus com peças raras chinesas, apresentações da ópera de Pequim e uma infinidade de outras atividades, ligadas à milenar arte chinesa. Como ir a a um deles, ao menos, se a entrada é feita com hora marcada e com a compra ocorrida dias antes daquele da visita? É, de fato, uma tortura sem ter como dela escapar. Não deu para ir à Europalia, ao menos desta vez.
Decidi, então, que iria visitar o novo Musée Magritte Museum (com a palavra "museu" em francês e em neerlandês, como se escreve tudo em Bruxelas)*. O museu foi aberto ao público em Junho deste ano. Magritte é belga, natural da província do Hainaut, na Valônia, mas passou quase toda a sua vida em Bruxelas, onde morreu. Desde os primeiros encontros com os surrealistas belgas, passando depois ao contacto com os surrealistas franceses, a obra de Magritte revolucionou a pintura de um largo período da primeira metade do século XX.


O novo museu, situado na Place Royale, ocupa um edifício com 2.500 m2, pertencente aos "Musées royaux des Beaux-Arts de Belgique" e possui um acervo de mais de 200 obras do artista, óleos sobre tela, guaches, desenhos, esculturas, objetos pintados, partituras musicais, fotos e filmes dirigidos por René Magritte, para o deleite dos apaixonados por arte e, principalmente, pelo trabalho do mestre belga. Passei toda a tarde de hoje, e teria passado muito mais tempo, admirando os céus enevoados, as maravilhosas pombas, as figuras e os objetos resultado duma criação surrealista na sua verdadeira acepção, como só ele foi capaz de produzir.


Mas o Musée Magritte Museum não é o unico local em Bruxelas dedicado ao artista, existe outro museu, pequeno, sem grandes pretensões, com um encanto que há muitos anos me seduz. Refiro-me à casa de Magritte, na Rua Esseghem, onde podemos apreciar com com calma outras obras que ele nos deixou, expostas num dos seus últimos endereços na cidade. A não perder, igualmente.  A magia de Magritte, a sutileza dos seus quadros são um eterno deleite para quem visita Bruxelas. Difícil não gostar muito de estar aqui .
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*Todas as fotos das pinturas de Magritte estão disponíveis na Internet.


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