Em todo os lugares por onde passo, percebe-se que alguma coisa está mudando no clima. Chove muito, onde não chovia, faz calor demasiado nos lugares de clima temperado, frio em terras quentes, e por aí vai. Em Bruxelas, não é diferente. Hoje, 19 de Novembro, está um dia lindíssimo e as folhas ainda não começaram a cair das árvores. Tempo estranho para esta época do ano e, nesta cidade com tantos parques agradáveis, um dia assim é uma tentação para belos passeios ao ar livre. Esta postagem, entretanto, não pretende discorrer sobre ecologia, nem sobre as trágicas mudanças climatéricas, nem, também, sobre os parques de Bruxelas, mas sim sobre a agitada vida cultural da capital da Bélgica e da União Europeia.
Como quase sempre, estou aqui em missão oficial, portanto, com muito trabalho, o que torna um "tormento", abrir os cadernos de cultura dos jornais locais e deparar, por exemplo, com um concerto da mezzo-soprano Cecília Bartoli com todos os ingressos esgotados e, ainda, com inúmeros espetáculos e exibições no âmbito da Europalia China. Museus com peças raras chinesas, apresentações da ópera de Pequim e uma infinidade de outras atividades, ligadas à milenar arte chinesa. Como ir a a um deles, ao menos, se a entrada é feita com hora marcada e com a compra ocorrida dias antes daquele da visita? É, de fato, uma tortura sem ter como dela escapar. Não deu para ir à Europalia, ao menos desta vez.
Decidi, então, que iria visitar o novo Musée Magritte Museum (com a palavra "museu" em francês e em neerlandês, como se escreve tudo em Bruxelas)*. O museu foi aberto ao público em Junho deste ano. Magritte é belga, natural da província do Hainaut, na Valônia, mas passou quase toda a sua vida em Bruxelas, onde morreu. Desde os primeiros encontros com os surrealistas belgas, passando depois ao contacto com os surrealistas franceses, a obra de Magritte revolucionou a pintura de um largo período da primeira metade do século XX.


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*Todas as fotos das pinturas de Magritte estão disponíveis na Internet.
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