Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luiz Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio Saxe-Coburg-Gotha e Orléans de Bragança nasceu em Lisboa, no palácio da Belém, no dia 15 de novembro de 1889, tendo recebido o título de Duque de Beja. Dezoito anos, dois meses e 17 dias mais tarde, o destino fez com que ele passasse à História como o Rei Dom Manuel II.
15 de novembro de 1889 – nascia em Portugal o Infante Dom Manuel e era expulso do Brasil o seu tio bisavô, Dom Pedro II – a História fará um dia justiça à importância que ambos tiveram nos seus respectivos países, não tenho dúvidas.
Hoje é o aniversário daquele que ainda adolescente tornou-se rei - o último - de uma saga de quase oitocentos anos de monarquia lusa.
Dom Manuel II sofreu todos os dissabores e traições que o pouco preparo para exercer o mais alto cargo da Nação lhe trouxe e a sua inexperiência para os assuntos de Estado contribuiu para acelerar o golpe republicano português, em 5 de outubro de 1910.
Muito já se disse e muito ainda se tem por dizer sobre a curta vida daquele jovem rei, seus amores, seus livros (bibliófilo e bibliógrafo de renome), seu exílio, sua sucessão... Sucessão de um rei em uma república já instaurada? Os valores do regime monárquico (ou “monarquista, à lusitana) permanecem inalterados mesmo depois de implantadas repúblicas e as leis da sucessão ao trono são tão rígidas durante o exercício de uma monarquia, quanto depois de sua queda.
Sou monárquico porque tenho a certeza de que a monarquia parlamentar é um regime mais justo e mais democrático do que o pretendem ser muitas repúblicas. Refiro-me às monarquias nas quais a figura do monarca representa legitimamente a nação e o povo que a constitui. Não me refiro, é claro, às monarquias golpistas, sem tradição e que chegaram ao poder por usurpação seja lá de quem e de que regime for.
Dizem alguns críticos que a monarquia é a forma de governo que serve para quase todo o continente europeu, para grande parte do asiático e para várias nações africanas, mas que não serve para a América, que tem na república a sua forma própria. O Canadá está no continente americano, é uma inquestionável democracia e é uma monarquia. O Brasil já foi monárquico, em um dos seus períodos nais prósperos – é à monarquia que devemos a nossa unidade territorial. O México também já passou por uma experiência monarquista, curta e trágica.
Em que mudaram os países que trocaram (quase sempre por um golpe militar) as monarquias por repúblicas?
A figura do monarca é o fator de união de muitos países modernos e os seus governos são democraticamente escolhidos pelo povo. O argumento de que a manutenção das famílias reais é um dispêndio inadmissível cai por terra quando se compara esse dispêndio com aquele da manutenção de um presidente e de sua família. Mas, não é o regime político que interessa, que é importante, que traz a paz, e sim a prática democrática, a prosperidade e a felicidade das nações, em regimes monarquistas ou presidencialistas.
Termino por aqui, porque não foi para falar de regimes políticos que postei esta nota, mas para homenagear a Dom Manuel II, que hoje completa 118 anos. Parabéns!
Ao lado, os moços fidalgos presentes à coroação d'El-Rei Dom Manuel II, em 1908 - Tão jovens quanto o rei!
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