domingo, 4 de novembro de 2007

DE NOVO "PIAF - UM HINO AO AMOR" ("LA MÔME")



Qual terá sido o motivo pelo qual Olivier Dahan não deu destaque, nem praticamente mencionou durante todo o filme, a presença de Théo Sarapo na vida de Édith Piaf ?

Um amigo do Recife, crítico dos mais cruéis, mencionou essa ausência como uma falha do filme, uma falta grosseira e imperdoável do diretor ao determinar o roteiro da história da vida de Édith Piaf.


Refleti e reflito sobre a pergunta acima e ainda não consegui encontrar uma resposta, deixando o questionamento em aberto no início e no fim desta postagem.


Tenho algumas dúvidas e algum receio em acusar Olivier Dahan de falha, de falta de acuidade na pesquisa da vida de um dos mitos de Paris no século XX.

Qualquer leigo que já tenha ouvido falar em Édith Piaf, acompanhou de perto, se viveu naquela época, a presença marcante do cabeleireiro grego na sua conturbada vida. Os que pertencem às gerações mais jovens, certamente também ouviram falar daquele homem ao lado da chansonnière, desde os primeiros encontros até ao casamento de ambos.


Se Olivier Dahan não deu importância a Théo Sarapo em “La Môme” foi certamente porque não quis dar, porque não julgou que ele merecesse destaque no filme, porque preferiu centrar a trama em um único grande amor de Édith Piaf, escolhendo Marcel Cerdan, à época, campeão mundial dos pesos médios de boxe. Talvez Olivier Dahan tenha preferido focar apenas esse grande amor em detrimento de outros amores e de vários casamentos de Édith Piaf - incluindo o casamento com Théo Sarapo - para fazer dele o amor símbolo dos muitos amores da vida da Piaf. Talvez até razões menos românticas e mais práticas, como o impedimento dos herdeiros legais de Théo Sarapo, tenham feito com que o diretor se limitasse a uma breve menção do seu nome, em conversa à beira da piscina, já quase ao final do filme.


Pessoalmente, acredito que o fato de Marcel Cardan ser casado com outra mulher sem nunca ter casado com Édith Giovanna Gasion (La Môme) e de ter morrido prematura e tragicamente, tenha sido mais importante para Olivier Dahan. No filme, ele quis narrar o amor proibido, o amor mito, o amor perfeito - "posto que foi chama" - que teria prevalecido sobre os outros amores e vários casamentos.
Concordo com os que dizem que o filme “La Môme” tem falhas históricas ao descrever a vida conturbada da Piaf. Concordo que o recurso a incessantes flash back em lugar de ajudar no enquadramento das épocas, confunde o espectador menos informado. Concordo que o filme poderia ter sido mais histórico e menos fantasista, mas continuo com a opinião de que é um grande filme, um grande entertainment, que centra o foco no drama que foi a vida de Édith Piaf e no seu percurso como grande diva da canção popular francesa. Repito o que disse na postagem de 23 de setembro de 2007, “quem ainda não teve oportunidade de assisitir, vá correndo, assim que puder ”.
Qual terá sido o motivo pelo qual Olivier Dahan não deu destaque, nem praticamente mencionou durante todo o filme, a presença de Théo Sarapo na vida de Édith Piaf ?
Acessem o endereço a seguir e aproveitem da voz de Édith Piaf:

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