sábado, 15 de dezembro de 2007

OSCAR NIEMEYER - UM SÉCULO DE VIDA, UMA ARTE PARA MUITOS SÉCULOS

100 anos é muita coisa, pelo menos para nós humanos mortais.

Recebi da vida o presente de ter celebrado os 100 anos de minha avó materna - a única que eu conheci -, estando ela em plena atividade física, ainda que deliciosamente esquecida do que não lhe interessava recordar. Aquele dia 12 de março de 1987 faz parte das “gracias a la vida” que tenho a dar. Um ano depois do centenário, eu estava de novo ao seu lado para celebrar os 101 anos, pois Vovó só resolveu nos deixar aos cento e um anos e sete meses, provavelmente por não ter mais interesse com o que se passava neste mundo e ter a certeza de que o lado de lá seria bem mais interessante. A saudade ainda hoje é grande, mas sou feliz porque a tive ao meu lado por tantos anos de minha vida.



No Brasil - e um pouco por toda a parte - celebra-se hoje o centenário de um dos ícones dos tempos atuais, o arquiteto Oscar Niemeyer, carioca, brasileiro, cidadão do mundo. Nada mais lugar comum do que escolher o dia de hoje para falar de Niemeyer, afinal a mídia já disse tudo o que tinha (e o que tem) para ser dito sobre o arquiteto de Brasília. Para que falar mais? O homem está aí, vivo e ativo, com cem anos. A obra está em toda a parte onde ele a plantou e a arte é aberta à visitação pública, com o detalhe importante de que não é preciso pagar para apreciar.

De tudo o que já li e ouvi sobre a personalidade de Oscar Niemeyer, imagino que ele esteja incomodado com as homenagens pelo cente
nário, embora, lá no seu interior mais profundo, deva estar feliz. Afinal, completar 100 anos em plena atividade intelectual é motivo de muita felicidade e o assédio que o incomoda é o preço que uma pessoa tem de pagar pelo sucesso, por ser bom no que faz, por ser ímpar na arte que produz.





Não sou arquiteto nem nunca tive a menor intenção de o ser, mas sou um esteta e, nessa condição, sou apaixonado por cada uma das obras de Oscar Niemeyer, as que conheço e as que só vi por foto ou em filme. Por tudo já ter sido dito sobre o arquiteto e por não saber falar do homem, da obra, das linhas arquitetônicas, optei por fazer desta postagem uma grande colagem dos monumentos com que ele decorou Brasília, cidade que escolhi para morar. Não me perguntem se gosto de Brasília, porque não saberia responder, mas garanto que se gostar do que Niemeyer produziu – e ainda produz - é gostar de Brasília, então, eu gosto muito de Brasília. Gosto das formas dos seus prédios e monumentos, das curvas sedutoras, da força do concreto, enfim, da harmonia do conjunto. Nada na obra de Oscar Niemeyer me desagrada, posso então concluir que nada na arquitetura de Brasília me desagrada. Ainda que seja com Brasília que homenageio o arquiteto criador, não resisti em postar as duas fotos abaixo do Museu Niemeyer, em Curitiba, captadas por mim, em uma manhã chuvosa do mês de novembro passado.
Obrigado Niemeyer! Feliz centenário!

























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