sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

CUIDADO COM BAOBÁS NO QUINTAL!


O Baobá chegou ao Brasil no início da colonização. Três são as hipóteses que explicam a presença de alguns poucos baobás no Brasil. A primeira, afirma que as sementes vieram com a tropa invasora de Maurício de Nassau, a segunda, que as sementes foram simplesmente transportadas por aves migratórias e a última, que por ser a mais lírica, foi a que escolhi, afirma que eles chegaram ao Brasil em sementes escondidas nos porões dos navios negreiros, como a carga mais preciosa que os sacerdotes africanos conseguiram trazer em lembrança aos cultos deixados para trás (árvore sagrada de alguns povos africanos).

Baobá, árvore do gênero "Adansonia" (oito espécies), pode viver de 3 a 6 mil anos, com uma circunferência de até 20 metros e cerca de 30 metros de altura. O imponente embondeiro de Angola (imbondeiro, na Guiné) passou a ser conhecido em Portugal e aqui no Brasil pelo forma portuguesa da denominação francesa, “baobab”, oriunda do árabe “buhibab”. A razão da disseminação do nome baobá no Brasil talvez tenha origem no vocábulo árabe, por ser a denominação comum na África islâmica da época, o que explicaria a diferença dos nomes aqui e nos países lusófonos da África austral. Atestam os especialistas que existem atualmente no Brasil apenas 20 baobás catalogados, dos quais 16 estão em Pernambuco.

No Recife, os baobás estão, salvo erro, apenas, na praça da República (em frente ao Palácio do Governo), na praça da Sudene, em Santo Amaro, no bairro do Fundão, na rua Madre Loiola (Ponte d’Uchoa) e nas ruas Engenheiro Bandeira de Melo e Visconde de Tamandaré (ambas no Poço da Panela).

Fui recentemente informado da excelente promoção da Prefeitura Municipal do Recife, que organiza passeios ecológicos para conhecer os baobás da cidade pelo preço de um quilo de alimento não perecível. O espírito de preservação ecológica, a oferta de alimentos aos mais necessitados e o passeio por bairros bucólicos da cidade já são razões suficientes para que eu seja potencial candidato a um desses eventos, na próxima vez que for ao Nordeste.

Ao mesmo tempo em que fui informado da iniciativa da Prefeitura recifense, soube também que um amigo, de naturalidade indefinida entre o chimarrão gaúcho e a canjica pernambucana, iniciou o cultivo - no quintal da casa familiar de Porto Alegre - de baobás trazidos em sementes do leste africano. Independentemente do fato de não saber - nem querer saber - como, onde, nem por qual alfândega, essas sementes entraram no Brasil (possivelmente por nenhuma das hipóteses descritas no início desta crônica), gostaria de relembrar o terror do Pequeno Príncipe com as raízes dos baobás que proliferavam no seu planeta asteroide.
Cuidado, portanto, com as raízes dos baobás plantados em um quintal de Porto Alegre, porque é bem provável que daqui a uns dois ou três mil anos elas tenham destruído não só a casa familiar referida, mas também todas as outras da vizinhança. De qualquer modo, enquanto esse tempo não chega, espero que o meu amigo e família possam apreciar o crescimento dos baobás ainda infantis e promover, quem sabe, algum passeio turístico para a gauchada conhecer as futuras imponentes "Adansonias", a partir de agora de lencinho vermelho amarrado ao tronco e muita erva mate com churrasco ao redor. Cuidado, porém, para que o fogo de assar o churrasco não queime as folhas do baobá!

PARABÉNS ao mais recente cultivador de baobás que aniversaria neste 12 de Janeiro
e comemora com animada festa, provavelmente à sombra de algum baobá do Recife, enquanto aguarda que os de Porto Alegre atinjam a maturidade. Para o aniversariante, este pequeno trecho de alerta

Le Petit Prince - Chapitre 5 :

«Chaque jour j'apprenais quelque chose sur la planète, sur le départ, sur le voyage. Ça venait tout doucement, au hasard des réflexions. C'est ainsi que, le troisième jour, je connus le drame des baobabs. Cette fois-ci encore ce fut grâce au mouton, car brusquement le petit prince m'interrogea, comme pris d'un doute grave:
- C'est bien vrai, n'est-ce pas, que les moutons mangent les arbustes ?
- Oui. C'est vrai.
- Ah! Je suis content.
Je ne compris pas pourquoi il était si important que les moutons mangeassent les arbustes. Mais le petit prince ajouta:
- Par conséquent ils mangent aussi les baobabs ?
Je fis remarquer au petit prince que les baobabs ne sont pas des arbustes, mais des arbres grand comme des églises et que, si même il emportait avec lui tout un troupeau d'éléphants, ce troupeau ne viendrait pas à bout d'un seul baobab. […]

[...] Or il y avait des graines terribles sur la planète du petit prince... c'étaient les graines de baobabs. Le sol de la planète en était infesté. Or un baobab, si l'on s'y prend trop tard, on ne peut jamais plus s'en débarrasser. Il encombre toute la planète. Il la perfore de ses racines. Et si la planète est trop petite, et si les baobabs sont trop nombreux, ils la font éclater […].»

«[…] Et, sur les indications du petit prince, j'ai dessiné cette planète-là. Je n'aime guère prendre le ton d'un moraliste. Mais le danger des baobabs est si peu connu, et les risques courus par celui qui s'égarerait dans un astéroïde sont si considérables, que, pour une fois, je fais exception à ma réserve. Je dis: "Enfants! Faites attention aux baobabs !" [...]»
Antoine de Saint-Exupéry

2 comentários:

Anônimo disse...

acredito que os números relatas pelo amigo no que se refere ao numero de baobá espalhados pelo país estejam extremamente defasados, pois só em terras de propriedade de minha família existem seis jovens árvores e suas mudas foram adquiridas sem qualquer dificuldade com vendedores que comercializam mudas e sementes, e diante desta facilidade e em decorrência do fascínio que a árvores desperta outras pessoas certamente repetiram meu ato de aquisição de mudas, ah não se preocupe as árvores estão plantadas em área rural e longe de qualquer estrutura que possa ser destruída, brincadeira, mas são lindas árvores, posso ainda dizer que daqui a três mil anos serão uma boa reserva natural de água já que chegam a armazenar cerca de 10.000 litros de água por árvore adulta.

Anônimo disse...

acredito que os números relatas pelo amigo no que se refere ao numero de baobá espalhados pelo país estejam extremamente defasados, pois só em terras de propriedade de minha família existem seis jovens árvores e suas mudas foram adquiridas sem qualquer dificuldade com vendedores que comercializam mudas e sementes, e diante desta facilidade e em decorrência do fascínio que a árvores desperta outras pessoas certamente repetiram meu ato de aquisição de mudas, ah não se preocupe as árvores estão plantadas em área rural e longe de qualquer estrutura que possa ser destruída, brincadeira, mas são lindas árvores, posso ainda dizer que daqui a três mil anos serão uma boa reserva natural de água já que chegam a armazenar cerca de 10.000 litros de água por árvore adulta.