sábado, 12 de janeiro de 2008

PAR DÉLICATESSE J'AI PERDU MA VIE


Arthur Rimbaud, o mais influente dos simbolistas franceses, escreveu toda a magistral obra antes de completar 20 anos. Arquétipo dos poetas malditos, aventureiro, sonhador, curioso, contestador, gênio desesperado, amante apaixonado, criança precoce, jovem incompreendido, homem criticado. Bem mais do que todos esses adjetivos são capazes de exprimir, ele foi um artista da palavra, um artesão psicológico dos sentimentos humanos expressos nessas palavras. Rimbaud foi um sonhador que viu todos os sonhos transformarem-se em pesadelos e um amante ardente tantas vezes agredido pelo objeto do amor. Simples nos sentimentos, Arthur amava e pronto!

O "Lugar do Souto" irá sempre lembrar Arthur Rimbaud - que viveu ontem, mas que poderia ter vivido hoje e que viverá sempre enquanto emoção humana houver. Os seus "gritos de desespero em forma de poema" constituirão o tema de uma ou outra postagem, forma simplória de homenagear ao POETA.

C'est donc avec ta permission, jeune Arthur – grand Rimbaud -, que je te fais cadeau d’une de tes plus belles «chansons»:

"
Chanson de la plus haute tour

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les cœurs s'éprennent.

Je me suis dit : laisse,
Et qu'on ne te voie :

Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t'arrête,
Auguste retraite.


J'ai tant fait patience
Qu'à jamais j'oublie ;,

Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.

Ainsi la prairie
A l'oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D'encens et d'ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.

Ah ! Mille veuvages
De la si pauvre âme

Qui n'a que l'image
De la Notre-Dame !
Est-ce que l'on prie
La Vierge Marie ?

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s'éprennent !"


A. Rimbaud.

3 comentários:

O Gigante Egoísta disse...

ociosa juventude
?
por delicadeza
perdi a minha vida

o álvaro não quer oferecer aos seus leitores uma tradução da sua lavra?

O Gigante Egoísta disse...

Caro Álvaro,

Pensei que já aqui tinha deixado este pedido, mas parece que a internet me ludibriou. Não nos quer oferecer uma tradução do poema? Ou pelo menos da última estrofe?

Alexandre

Unknown disse...

Tradução do poema ao lado do original.Obrigada.