Gostaria de indicar o livro que estou "devorando" atualmente: "O Príncipe Maldito". A narrativa da autora, Mary Del Priore, é boa e a leitura atraente para aqueles que se interessam pelo período correspondente ao fim do Segundo Império e pelos personagens que atuaram nos “bastidores” da nossa história.
Seguem algumas notas sobre o livro, recolhidas da Internet no site
http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/1467 :
“Mary Del Priore revela a trágica e fascinante história do herdeiro da família imperial escolhido para suceder o avô Dom Pedro II, último imperador do Brasil
O Brasil quase teve um terceiro imperador. Se a Proclamação da República não tivesse alterado os rumos da história que se desenhava até então, Dom Pedro III teria sido Pedro de Alcântara Augusto Luis Maria Miguel Rafael Gonzaga de Bragança Saxe e Coburgo, filho primogênito da princesa Leopoldina e de seu marido, Luis Augusto Maria Eudes de Saxe e Coburgo. Neto mais velho de D. Pedro II, Pedro Augusto nasceu no Brasil, mas morava na Áustria, de onde retornou aos cinco anos, quando morreu sua mãe, para suceder o avô. É que a famosa princesa Isabel, primogênita do imperador e primeira na linha de sucessão ao trono, até então não conseguira engravidar e D. Pedro II temia que ela não desse um herdeiro ao trono do Brasil. Por isso, o monarca mandou vir da Europa o neto mais velho, filho de sua caçula Leopoldina, que àquela altura já dava à luz o quarto filho.
Alto, louro, de olhos azuis, Pedro Augusto parecia-se muito com o avô, a quem se ligou por laços de afeto e interesses comuns. Até os 11 anos, foi tratado na Corte, no colégio Pedro II onde estudava, e por toda parte, como futuro herdeiro. Mas eis que em 1875 nasce o príncipe do Grão Pará. Depois de dez anos e muitas tentativas, a princesa Isabel dava à luz um outro Pedro. A sucessão estava garantida. Porém, iniciava-se ali a tragédia pessoal de Pedro Augusto, personagem fascinante e até hoje obscuro, revelado agora neste livro pela historiadora Mary Del Priore. O afastamento do menino do centro do poder em detrimento do primo, filho de Isabel com o odiado Gastão
D´Eu, o Conde D´Eu, assim como a lenta conspiração que tinha por objetivo colocá-lo no trono do avô em meio à guerra política que acabou por derrubar a monarquia, dão início a mais um capítulo da história íntima da família imperial brasileira, carregado de tintas folhetinescas e inexplorado nos bancos escolares – um conto de fadas às avessas, como define no texto de orelha do livro o jornalista e escritor Eduardo Bueno, autor dos quatro volumes da coleção de história Terra Brasilis:
"Neste O Príncipe Maldito, os últimos dias do Império brasileiro e o amanhecer incerto da República desfilam na tela grande: há corpos nus, salões empoeirados, militares vacilantes que conspiram, jornalistas inflamados, nobres que arrotam, princesas que menstruam. Dá quase para sentir o cheiro do ralo enquanto o elenco de carne e osso vai construindo uma história viva, volátil, vibrante. A nossa história (...). Aqui está, de corpo inteiro e alma aberta, um 'romance de não-ficção': a vida sem obras de Pedro Augusto de Saxe e Coburgo – o príncipe que sonhou ser D. Pedro III, mas virou sapo quando o Império das circunstâncias cedeu lugar à República dos fatos.”"
Recomendo, igualmente, a leitura de "1808". A descrição jornalística de Laurentino Gomes torna o acompanhamento dos fatos de leitura fácil e, junto com o tema central da transladação (que ele optou por denominar “fuga”) da família real, da corte e de todo o aparato do Estado português para o Brasil, nos fornece um relato dos acontecimentos e das pessoas que mais se destacavam, àquela altura, na Europa e no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário